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PROTEÇÃO AMBIENTAL

Campo Grande proíbe plantio, comércio e transporte de murta para proteger citricultura

Prefeita sanciona lei que visa erradicar a planta exótica, hospedeira do psilídeo transmissor do greening, doença que ameaça pomares de cítricos

24 julho 2025 - 13h30Iury de Oliveira
Espécie exótica, a murta é hospedeira do inseto transmissor do greening, a mais grave praga da citricultura
Espécie exótica, a murta é hospedeira do inseto transmissor do greening, a mais grave praga da citricultura - (Foto: Divulgação)

Na terça-feira (22), a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, sancionou a Lei Municipal nº 7.451, que proíbe o plantio, o comércio, o transporte e a produção da planta Murraya paniculata, conhecida popularmente como murta ou dama-da-noite. A medida visa proteger a citricultura no município e erradicar a planta exótica, que é a principal hospedeira do psilídeo transmissor do greening, doença devastadora para os pomares de cítricos.

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Multas e fiscalização - A nova lei estabelece uma multa de R$ 1 mil para quem for flagrado desobedecendo a norma, sendo o valor dobrado em caso de reincidência. Além disso, a Prefeitura de Campo Grande se comprometeu a fiscalizar o cumprimento da lei e a desenvolver um plano de erradicação ou substituição das plantas de murta já existentes no município.

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, comemorou a sanção da lei e destacou sua importância para o futuro da citricultura em Mato Grosso do Sul. "Com essa lei, Campo Grande se junta ao esforço do Governo do Estado para garantir segurança aos citricultores e ajudar a tornar Mato Grosso do Sul um polo produtor de cítricos", afirmou.

A murta e seu impacto na citricultura - A murta é a principal hospedeira do psilídeo da laranja, um inseto que transmite o greening, a mais grave doença dos cítricos. Segundo Karla Nadai, coordenadora de Citricultura da Semadesc, a ameaça da murta não se limita às áreas de cultivo de cítricos. O psilídeo pode voar até 20 quilômetros, o que significa que a planta exótica, mesmo estando em áreas urbanas, representa um risco imediato para os pomares.

"O correto é erradicar todas as plantas de murta, mesmo nas cidades, para evitar o impacto da doença", explicou Karla Nadai. A medida se torna ainda mais urgente em Mato Grosso do Sul, onde a citricultura está em expansão. O Estado já conta com mais de 20 mil hectares de pomares e projeta chegar a 30 mil hectares até o final de 2025.

Ações do Governo Estadual - O Governo de Mato Grosso do Sul tem adotado medidas pioneiras no Brasil para enfrentar o greening. Além da erradicação da murta, o Estado determina a destruição de plantas de cítricos infectadas, o que tem atraído investimentos significativos no setor. Mato Grosso do Sul se tornou uma referência no combate à doença e, como resultado, está se consolidando como um polo de citricultura.

O Governo do Estado também firmou um acordo com o FundeCitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), que contratou um engenheiro agrônomo para atuar exclusivamente no Estado, oferecendo suporte técnico aos produtores no manejo do greening.

A murta e sua origem - A murta é uma planta de folhagem perene originária da região do Mediterrâneo. Conhecida por sua folhagem verde vibrante e flores brancas ou rosa pálido, a planta se tornou popular na arborização urbana devido à sua aparência e aroma agradável. No entanto, a associação da murta com o greening transformou-a em um problema a ser enfrentado pela citricultura no Brasil.

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