Em uma ação coordenada pelo Instituto Arara Azul, a Prefeitura de Campo Grande, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), iniciou a colheita de frutos de acuri e bocaiúva, essenciais para a alimentação das araras azuis do Pantanal. A iniciativa surge como resposta aos danos causados pelos recentes incêndios florestais que devastaram grandes áreas de vegetação, prejudicando a oferta natural de alimentos para essas aves emblemáticas.
O Centro de Educação Ambiental Anhanduí foi um dos pontos escolhidos para a coleta, que tem como objetivo enviar os frutos para o Pantanal, onde as araras azuis enfrentam dificuldades para encontrar seu alimento principal. "Ontem tivemos a primeira coleta de frutos de acuri e bocaiúva aqui em Campo Grande para ajudar na suplementação das araras azuis no Pantanal", afirma Neiva Guedes, presidente do Instituto Arara Azul. Ela destaca que as araras são aves especialistas, alimentando-se basicamente das castanhas de duas espécies de palmeiras. "Com os incêndios, grandes áreas de alimentação foram queimadas. Por isso, estamos realizando essa suplementação que será de longo prazo, uma vez que a produção de novos frutos demora até um ano e meio", explica.
Arara Azul
Campo Grande, conhecida por preservar e incentivar o cultivo de árvores nativas, tem uma grande quantidade de espécimes que produzem frutos e sementes que servem como alimento para diversas aves da região. A iniciativa reforça o papel da cidade como parceira na preservação ambiental, fornecendo recursos essenciais para a sobrevivência das araras azuis.
A colheita, no entanto, deve ser realizada por profissionais capacitados e autorizados, conforme esclarecido pela Semadur e pelo Instituto Arara Azul. A população que deseja contribuir com o projeto pode entrar em contato diretamente com o Instituto através do telefone (67) 3222-1205. “Quem tiver palmeiras acuri e bocaiúva e puder disponibilizar, apenas nos informem que futuramente iremos programar coletar. Não podemos coletar tudo de uma vez para não estragar e não desperdiçar”, acrescenta Neiva Guedes.
