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23 de setembro de 2025 - 09h30
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PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Lula e ONU lideram debate sobre fundo de US$ 125 bilhões para preservar florestas tropicais

Iniciativa prevê remuneração por hectare preservado e atrai investimentos públicos e privados; Brasil articula plano global durante evento climático em Nova York

23 setembro 2025 - 07h10
Um dos mecanismos é um fundo para conservação de florestas tropicais
Um dos mecanismos é um fundo para conservação de florestas tropicais - (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
ENERGISA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da ONU, António Guterres, lideram nesta terça-feira, 23, em Nova York, um dos principais eventos climáticos da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas: o diálogo de alto nível sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). A iniciativa, idealizada pelo governo brasileiro, tem como meta transformar a preservação ambiental em um novo modelo econômico sustentável, com impacto global.

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Com um aporte inicial de US$ 25 bilhões de países investidores — considerado capital júnior — o fundo pretende atrair mais US$ 100 bilhões do setor privado, formando uma estrutura de financiamento de até US$ 125 bilhões. Os detalhes foram apresentados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) como parte da agenda de ação climática promovida pelo Brasil junto à ONU.

“O TFFF não é doação, é uma nova forma de financiar a conservação com responsabilidade compartilhada. Para cada dólar público investido, espera-se mobilizar cerca de quatro dólares privados”, explicou a ministra Marina Silva. O fundo funcionará como um instrumento de mercado, remunerando resultados comprovados de preservação das florestas tropicais e iniciativas de captura de gases do efeito estufa.

Na prática, os recursos do TFFF permitirão a remuneração de US$ 4 bilhões por hectare de floresta tropical preservada. O Brasil estima que até 74 países poderão ser beneficiados, desde que comprovem o cumprimento de critérios ambientais rigorosos. O monitoramento será feito por satélites, e os países também precisarão destinar ao menos 20% dos recursos recebidos para povos indígenas e comunidades tradicionais.

“O fundo reconhece o valor econômico da floresta em pé e recompensa quem cuida dela”, destacou Marina.

Lançado em 2023, durante a COP28 em Dubai, o TFFF já conta com o apoio de países com grandes áreas florestais, como Colômbia, Gana, Indonésia, Malásia e República Democrática do Congo, além de potenciais financiadores como Alemanha, Noruega, França, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos.

A expectativa é que o fundo seja oficialmente implementado na COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém, no Pará. Segundo o MMA, o plano é estabelecer um fundo fiduciário permanente que funcione com base em desempenho, ou seja, quem comprovar a conservação, recebe.

Além do TFFF, o Brasil também apresentou a proposta de uma coalizão de mercados de crédito de carbono. As duas iniciativas atuarão de forma complementar, com foco em resultados concretos de conservação e mitigação das mudanças climáticas.

O diálogo sobre o TFFF integra o Evento Especial de Alto Nível sobre Ação Climática da ONU, que começou nesta segunda-feira, 22. A programação inclui encontros sobre temas como financiamento climático, adaptação, mitigação e integridade da informação.

Os resultados desses diálogos serão consolidados em um relatório com recomendações que servirão de base para os debates na COP30.

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