
A migração das baleias, que saem da Antártida em busca de águas mais quentes, está em pleno andamento. No entanto, o avistamento de uma jubarte morta no litoral do Rio de Janeiro, na última segunda-feira (21), acendeu o alerta de ambientalistas sobre o impacto do turismo desregulado na saúde dessas espécies. O aumento no número de avistamentos em áreas costeiras sem a infraestrutura adequada para receber as baleias é um dos principais motivos de preocupação.

“Vemos vários barcos cercando as baleias, encurralando-as e gerando estresse desnecessário”, afirmou Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil. A especialista destaca que, embora já existam regras para a observação — como a exigência de distância mínima de 100 metros e a limitação de dois barcos por grupo — a fiscalização sobre essas normas ainda é muito fraca.
A recuperação das populações de baleias jubarte, que começou com a proibição da caça baleeira nos anos 80, tem feito com que a visibilidade desses animais aumente, atraindo mais turistas e barcos para as regiões costeiras. A presença de celulares na praia também tem contribuído para a popularização do avistamento, fazendo com que os vídeos se tornem virais e atraiam ainda mais pessoas.
A causa para a aproximação maior das baleias à costa ainda é discutida. Enquanto não há consenso sobre as mudanças climáticas, a hipótese mais plausível é a diminuição do krill — principal alimento das jubartes — na Antártida, forçando as baleias a buscar alimento em outras regiões. "Estamos vivendo um momento-chave. Precisamos aprender a conviver com elas", conclui Nathalie.
