Na manhã da última quarta-feira (05), o vento varreu árvores, levantou poeira e deixou rastros no Pantanal sul-mato-grossense. Em Miranda, no refúgio ecológico da Caiman Pantanal, a ventania derrubou um ninho de arara-azul, deixando dois filhotes em situação crítica. Um deles havia acabado de nascer. O outro ainda estava em processo de eclosão quando a estrutura que o protegia foi ao chão.
Sem o ninho, os dois filhotes ficaram expostos ao sol forte, às mudanças bruscas de temperatura e ao risco de queda. Frágeis, não teriam chance de sobreviver sem ajuda. Mas o resgate não demorou. A equipe de campo da Caiman, que monitora a reprodução das araras na região, agiu imediatamente.
Uma nova caixa-ninho foi instalada na mesma árvore. Os filhotes foram transferidos com extremo cuidado, aquecidos e mantidos sob vigilância constante. Técnicos do Instituto Arara Azul acompanharam o procedimento. Segundo eles, a ação rápida foi decisiva para salvar os dois.
“São filhotes muito sensíveis. Sem a intervenção, poderiam não resistir às condições impostas pelo temporal”, informou a equipe em nota.
Casal de araras-azuis observa o antigo ninho destruído pelo vento forte no Pantanal. Espécie é monitorada por projetos de conservação na região.(Foto: Instituto Arara Azul)
Casos como esse mostram como eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes, afetam diretamente a fauna do Pantanal. A estação reprodutiva das araras exige atenção contínua, e o monitoramento constante feito por pesquisadores tem sido fundamental para garantir a sobrevivência de aves ameaçadas.
A arara-azul é símbolo do Pantanal e uma das espécies monitoradas por projetos de conservação. O trabalho inclui identificação de ninhos, acompanhamento dos filhotes e intervenções como a que ocorreu em Miranda. Em cenários de instabilidade climática, pequenos gestos fazem grande diferença.
Os dois filhotes seguem sendo acompanhados pela equipe.
