
O Tribunal de Justiça de São Paulo negou a prisão preventiva de cinco dos 12 indiciados pelo assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, ocorrido em setembro, em Praia Grande, litoral paulista. A decisão foi divulgada neste domingo (16) pela Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Ruy Ferraz, de 64 anos, foi baleado em uma emboscada enquanto saía da sede da Prefeitura de Praia Grande, onde atuava como secretário municipal de Administração. Ao menos 69 tiros foram disparados contra ele, e o carro em que estava sofreu 29 perfurações.
O ex-delegado-geral ficou conhecido por sua atuação contra a facção Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo o indiciamento da cúpula do grupo em 2006, liderada por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Na semana passada, a Polícia Civil concluiu a primeira fase das investigações, indiciando 12 suspeitos e solicitando a prisão preventiva de todos por homicídio qualificado consumado e tentado, porte ou posse de arma de fogo de uso restrito e participação em organização criminosa. Dez indiciados estavam presos, dois permanecem foragidos, e a Justiça determinou a soltura de cinco dos detidos.
Os suspeitos que tiveram a prisão negada responderão em liberdade, sob medidas cautelares, como monitoramento por tornozeleira eletrônica. As investigações permanecem em andamento, incluindo um possível vínculo entre o crime e uma licitação de R$ 24 milhões realizada pela Prefeitura de Praia Grande em setembro, que poderia ter prejudicado uma entidade ligada a criminosos.
Entre os investigados, o subsecretário de Gestão e Tecnologia da cidade, Sandro Rogério Pardini, e outros quatro funcionários públicos foram alvo de mandados de busca e apreensão. A defesa de Pardini afirmou que ele “nega veementemente toda e qualquer participação, seja ela direta ou indireta, nos fatos que estão sendo apurados” e que permanece à disposição das autoridades para colaborar com a investigação.

