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PERMUTA DE JUÍZES

Como funciona a nova permuta entre juízes de diferentes tribunais aprovada pelo TJMS

TJMS aprova resolução que define critérios para permuta de juízes com outros tribunais, seguindo normas do CNJ.

11 agosto 2025 - 09h00
Fachada do prédio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande
Fachada do prédio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande - (Foto: Divulgação)

Na tarde da última quarta-feira (06 de agosto), o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul bateu o martelo sobre um tema novo para a magistratura estadual: como funcionará a troca de juízes com outros tribunais. Por unanimidade, o Órgão Especial aprovou a resolução que detalha os procedimentos para a chamada permuta entre magistrados de tribunais de justiça distintos.

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A mudança cumpre exigência do Conselho Nacional de Justiça, prevista na Resolução nº 603 de dezembro de 2024, e nasce da Emenda Constitucional nº 130/2023. Foi essa emenda que acrescentou à Constituição a possibilidade de que juízes do mesmo segmento de justiça, mesmo atuando em estados diferentes, possam trocar de lotação.

O texto aprovado pelo TJMS define um passo a passo para que o pedido seja analisado e, eventualmente, aprovado. Vale para juízes de primeiro e segundo graus, mas deixa claro que a decisão final depende da conveniência do tribunal — ou seja, não é um direito automático do interessado.

Entre as condições para pedir a troca estão: ser vitalício no cargo, não responder a processo disciplinar nem ter punições recentes, não acumular processos de forma injustificada e não estar perto da aposentadoria compulsória.

Depois de aprovado, o ato de permuta deve ser publicado e comunicado tanto ao CNJ quanto ao tribunal de origem. A posição do juiz na carreira dentro do novo tribunal vai depender de como as entrâncias — os níveis da magistratura — se organizam em cada estado. Se forem diferentes, o magistrado entra na lista geral de antiguidade em último lugar e começa pela entrância inicial. Se forem equivalentes, assume a última posição da entrância correspondente.

A resolução também abre espaço para uma possibilidade mais rara: a permuta por triangulação, quando três magistrados de diferentes tribunais trocam de lugar entre si. Em qualquer caso, a mudança não deve gerar custos extras para o tribunal, salvo a ajuda de custo prevista em lei.

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