
O rapper Pras Michel, um dos fundadores do grupo Fugees, foi condenado a 14 anos de prisão por conspiração e prática de lobby ilegal nos Estados Unidos. A sentença foi divulgada na quinta-feira (20), após o músico ter sido considerado culpado por 10 acusações registradas em abril de 2023.
As investigações apontam que Pras teria atuado de forma irregular em campanhas políticas de dois ex-presidentes dos EUA. As acusações envolvem violações das leis de financiamento durante a campanha de reeleição de Barack Obama em 2012, e também lobby ilegal no governo de Donald Trump, em 2017. Além da pena de prisão, ele cumprirá três anos de liberdade condicional.
A representante do rapper, Erica Dumas, afirmou à revista Variety que Pras ainda espera uma nova chance de reverter o caso. "Ao longo de sua carreira, Pras quebrou barreiras. Esse não é o fim de sua história. Ele agradece o apoio enquanto se prepara para o próximo capítulo", disse.
Multa milionária e acusação contra advogado - O processo contra Pras Michel se arrasta desde 2019, quando ele foi inicialmente acusado. Em abril de 2023, ele foi levado a julgamento e condenado a pagar uma multa de mais de US$ 64 milhões. No entanto, o rapper recorreu da decisão, alegando falhas graves em sua defesa.
Segundo ele, seu então advogado, David Kenner, teria utilizado ferramentas de inteligência artificial para elaborar a estratégia de defesa — o que comprometeu a condução do julgamento. O próprio advogado foi condenado a um ano de liberdade condicional por desacato criminal, após a Justiça reconhecer a veracidade das acusações.
Em entrevista à Variety, Pras se disse determinado a continuar contestando a decisão. “Vou lutar e vou recorrer, mas existe a possibilidade de eu ser preso durante a luta. Essa é a realidade", declarou.
Carreira marcada por sucesso com o Fugees - Pras Michel fez história na música ao lado de Wyclef Jean e Lauryn Hill com o grupo Fugees, um dos maiores fenômenos da década de 1990. A banda ficou conhecida mundialmente por hits como Killing Me Softly With His Song e Ready or Not, e encerrou as atividades oficialmente em 2009.
Mesmo após o fim do grupo, Pras seguiu em carreira solo e também se envolveu em causas políticas e empresariais, o que acabou o colocando no centro das investigações federais.

