
A juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, do Tribunal do Júri - 1º Sumariante da Comarca de Belo Horizonte, determinou que o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes, informe com urgência o nome do advogado responsável por sua defesa no inquérito. A decisão foi tomada devido à sequência de mudanças nas procuradorias do caso, o que tem causado tumulto processual, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG).

A magistrada apontou que as alterações de representação jurídica têm dificultado o andamento do processo. Renê, que foi preso após confessar o homicídio, agora precisa esclarecer qual é o advogado que o representa, conforme exigido pela juíza.
Confissão do crime e versão alterada
Em carta escrita na prisão, datada de 25 de agosto de 2025, Renê afirmou que o episódio em que matou Laudemir foi um "acidente". Ele relatou que, em uma briga de trânsito, atirou no gari após Laudemir tentar defender a colega que dirigia o caminhão. O empresário, que inicialmente negou o crime, mudou sua versão após a divulgação de vídeos que o flagraram manuseando uma arma. Ele alegou que tentou "atirar para cima" e só deixou o local sem saber que o tiro havia atingido a vítima.
Na carta, Renê reafirmou que confia nos advogados e que sempre esteve juridicamente representado, mencionando Dracon Cavalcante e Bruno Rodrigues como seus defensores. No entanto, a constante mudança de advogados no processo gerou dificuldades e atrasos no andamento do caso.
Alterações na defesa do empresário
A defesa de Renê sofreu várias mudanças. Inicialmente, o caso foi assumido por uma equipe de advogados mineiros, que depois o abandonaram alegando motivos pessoais. O advogado Dracon Cavalcante Lima foi então contratado, mas também foi surpreendido na última segunda-feira (25) quando outro defensor, Bruno Silva Rodrigues, do Rio de Janeiro, protocolou um documento no sistema de Justiça, assumindo o caso.
Arma de propriedade da delegada
Na sexta-feira (22), a perícia confirmou que a arma usada por Renê no crime pertence à sua esposa, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, da Polícia Civil de Minas Gerais. Em depoimento, a delegada afirmou não saber que o marido usava a arma. Ela foi afastada de suas funções por 60 dias por motivo de saúde, mas segue sendo investigada pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, que apura se houve falha na conduta da servidora.
Renê declarou que pegou a arma sem o conhecimento de sua esposa. A Polícia Civil informou que o inquérito e o procedimento administrativo contra a delegada continuam em andamento, mas a servidora não foi encontrada para comentar o pedido de licença.
