
Uma experiência educativa marcou o dia dos alunos do 3º ano da Escola Estadual Professora Clarinda Mendes de Aquino, nesta quinta-feira (30), em Campo Grande. Os estudantes participaram de uma visita técnica ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), como parte da segunda etapa do projeto “Meu Lugar: Identidade, Racismo e Justiça”. A ação busca aproximar os jovens do sistema de justiça e fomentar reflexões sobre cidadania, racismo estrutural e equidade.
 
A atividade teve como foco mostrar na prática como funciona o Poder Judiciário. Sob a condução de Josiany Angelica Oliveira, coordenadora de Gestão Estratégica do TJMS e idealizadora do projeto, e do coordenador de Acervo Histórico e Museológico, Vitor Augusto de Oliveira Valentim, os estudantes conheceram as dependências do tribunal, dialogaram com servidores e assistiram a explicações sobre processos e decisões de grande relevância.
Durante o percurso, o grupo passou pelos Plenários onde ocorrem os julgamentos de segundo grau, conheceu o Salão Pantanal — destinado a reuniões e solenidades — e a biblioteca institucional. Além da parte estrutural, os alunos tiveram contato com informações sobre o papel do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e como os cidadãos podem se beneficiar dos serviços oferecidos pelo TJMS.
Para muitos estudantes, como Maria Clara Galvão, que sonha em ser delegada, a visita representou mais que um simples passeio. “Ver de perto é outra coisa, é possível sentir a presença do Direito aqui. Observar as pessoas neste trabalho é gratificante”, destacou.
A imersão proporcionou aos jovens uma visão mais concreta sobre o sistema judiciário, criando pontes entre o conhecimento teórico e a realidade profissional. Josiany explica que a ideia é justamente essa: despertar nos alunos em fase pré-vestibular o interesse pelo Direito e fortalecer o senso de pertencimento ao Sistema de Justiça. “Após a formação inicial realizada na escola, com foco em justiça racial e cidadania, espera-se que esses jovens reconheçam seu potencial como futuros protagonistas de uma justiça mais inclusiva, participativa e comprometida com a equidade”, afirmou.
A visita técnica integra a segunda fase do projeto “Meu Lugar: Identidade, Racismo e Justiça”. A primeira etapa ocorreu em 26 de junho, com um workshop de abordagem psicodramática conduzido pela servidora Sabrina Silva Sabino e outros profissionais com experiência em psicodrama e questões raciais. A prática buscou estimular o protagonismo estudantil e refletir sobre os impactos do racismo estrutural.
A iniciativa está alinhada à Portaria CNJ nº 100/2025, que determina ações concretas de promoção da igualdade racial no âmbito do Poder Judiciário, e reforça o compromisso institucional com a valorização da diversidade.
O projeto representa mais do que uma simples visita: é uma oportunidade de formação crítica e consciente. A iniciativa reforça o papel da escola e das instituições públicas na construção de uma sociedade mais equitativa, especialmente ao colocar jovens negros e periféricos em espaços historicamente pouco acessíveis a eles.
Para o TJMS, abrir as portas para esses estudantes é um passo simbólico e prático na democratização do acesso à Justiça e no combate ao racismo estrutural.
 
				
				
				
					
				
				
				
				
				
			 
						
 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									