
Na manhã desta quarta-feira (17), o plenário do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul parou para uma despedida. O desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho encerrou ali uma trajetória de 45 anos na magistratura.

Ele ouviu do filho Gustavo uma homenagem em voz firme. Depois, assistiu a um vídeo preparado pela Secretaria de Comunicação. Na tela, desfilaram amigos, colegas e familiares. Um deles, o desembargador José Eduardo Neder Meneghelli, resumiu em poucas palavras o que muitos repetiram: “Ele é um humanista, trata bem as pessoas, é acolhedor, sempre de bom humor e muito querido”.
Marinho respondeu com serenidade. Lembrou que sua carreira foi feita de desafios e conquistas, mas também de compromisso com a Constituição e com a vida das pessoas comuns. “Uma trajetória marcada pela honra de servir ao povo sul-mato-grossense com integridade e responsabilidade”, disse.
A sala cheia também se lembrou de seu trabalho recente como Corregedor-Geral de Justiça. Entre 2023 e 2024, percorreu todas as comarcas do Estado, visitando cartórios e ouvindo juízes e servidores. A marca deixada, segundo colegas, foi a humildade de quem prefere escutar antes de decidir.
Na cerimônia, recebeu uma placa das mãos do presidente do Tribunal, Dorival Renato Pavan. Dos colegas José Eduardo Neder Meneghelli e Fernando Paes de Campos, ganhou a toga que vestiu ao longo da carreira. Pavan fez questão de destacar as qualidades que marcaram quatro décadas e meia de serviço: “Integridade, honestidade e serenidade foram constantes na sua vida profissional. Você nos deixa um exemplo de magistrado que compreende que a autoridade se legitima pela retidão, pela humildade e pelo compromisso com a cidadania”.
Mineiro de nascimento, Marinho chegou a Mato Grosso do Sul em 1980, como juiz em Jardim. Passou por Amambai, Fátima do Sul, Terenos e, em Campo Grande, atuou nas áreas cível, criminal, da infância e juventude e sucessões. Tornou-se desembargador em 2008. Foi Corregedor-Geral de Justiça no biênio 2023-2024 e, em janeiro de 2025, tomou posse como vice-presidente do TJMS.
Ao fim da solenidade, restou a sensação de que não era só uma despedida. Era também uma aula pública sobre como a Justiça pode ser exercida com paciência, escuta e humanidade.
Confira a Sessão Solene de Aposentadoria aqui.
