
Na beira do Rio Paraguai, onde o acesso à cidade custa caro, um casal do Pantanal disse o "sim" sem precisar viajar. Cleude de Oliveira Souza, 42 anos, e Jorgilene Aires de Souza, 35, converteram a união estável em casamento durante o mutirão do Juizado Especial Federal Itinerante Fluvial, que desde o dia 12 de setembro percorre comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas levando serviços da Justiça.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul se juntou à expedição, que segue até o dia 20. A bordo, magistrados e servidores levam registro civil, mediações de conflitos e informações processuais. O juiz Alan Robson de Souza Gonçalves, da comarca de Corumbá, explica que os pedidos mais comuns são reconhecimento de união estável e conversão em casamento. "Muitas vezes, a regularização civil é o passo necessário para que os cidadãos possam acessar benefícios previdenciários", disse.
Para Jorgilene, o atendimento perto de casa fez diferença: "É muito importante a Justiça vir até aqui. A viagem até Corumbá custa R$ 1.800 só de gasolina".
O projeto é organizado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região e pela Justiça Federal em Mato Grosso do Sul, com apoio da Marinha do Brasil, que cedeu navios para transportar a equipe. Além dos serviços da Justiça, moradores podem emitir documentos como RG e CPF, buscar benefícios sociais e receber atendimentos de saúde.
Mais do que casamentos e certidões, a expedição mostra que a Justiça pode chegar a lugares onde, normalmente, só chega de barco.
