
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a responsabilizar diretamente a Rússia e Vladimir Putin pela continuidade da guerra iniciada em 2022. Em publicação feita neste domingo (23) na rede social X (antigo Twitter), o líder ucraniano declarou que Moscou se recusa a encerrar a ofensiva militar e conduz o conflito com “total desprezo” pelas vidas humanas, sejam de soldados russos ou ucranianos.
“O ponto crucial de toda a situação diplomática é que foi a Rússia, e somente a Rússia, que iniciou esta guerra, e é a Rússia, e somente a Rússia, que se recusa a pôr fim a ela durante toda a invasão em grande escala”, escreveu Zelensky, em tom enfático.
A guerra, iniciada em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão russa em larga escala ao território ucraniano, já ultrapassou os mil dias sem uma perspectiva clara de encerramento. De acordo com Zelensky, Putin mantém a ofensiva desde os primeiros minutos do ataque inicial, demonstrando absoluto desdém pela vida de seus próprios soldados e civis ucranianos.
“Putin vem travando esta guerra com total desprezo por quantas pessoas do seu próprio povo ele perde e quantas das nossas ele mata”, completou o presidente da Ucrânia.
Resposta indireta a Trump - As declarações também ocorrem pouco depois de o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter criticado a Ucrânia pela suposta falta de gratidão em relação ao apoio recebido de Washington. Em sua postagem, Zelensky respondeu indiretamente ao comentário, expressando reconhecimento pela ajuda militar e diplomática norte-americana.
“A Ucrânia é grata aos Estados Unidos, a cada americano e, pessoalmente, ao presidente Trump, pela assistência que – a começar pelos mísseis Javelin – tem salvado vidas ucranianas”, afirmou.
Apoio internacional e defesa da paz - Zelensky reforçou ainda a importância do apoio contínuo de aliados como os países da União Europeia, do G7 e do G20, especialmente em um momento de prolongamento da guerra. Segundo ele, o objetivo principal da aliança internacional é frear os avanços da Rússia e garantir uma paz duradoura e digna.
“É importante não esquecer o objetivo principal: deter a guerra da Rússia e impedir que ela recomece. E para alcançar isso, a paz precisa ser digna”, concluiu o presidente ucraniano.
A fala de Zelensky evidencia a tentativa do governo ucraniano de manter a coesão entre os aliados ocidentais, em meio a um conflito que já provocou milhares de mortes, deslocamentos em massa e graves consequências econômicas e humanitárias para toda a Europa Oriental.

