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OURO CAMPO-GRANDENSE

Yeltsin Jacques conta os segredos que fizeram a diferença na conquista do ouro de Paris

O atleta nascido em Campo Grande foi até a Casa da Indústria, do sistema FIEMS e concedeu uma entrevista coletiva para falar de suas experiências nas Paralímpiadas de Paris

6 setembro 2024 - 12h10Rafael Rodrigues
Yeltsin Jacques foi medalhista de ouro nas paralímpiadas de Paris
Yeltsin Jacques foi medalhista de ouro nas paralímpiadas de Paris - (Foto: Rafael Rodrigues)

Yeltsin Jacques é natural de Campo Grande/MS e foi medalhista de ouro e bronze nas Paralímpiadas de Paris. O atleta foi o mais rápido na prova de 1.500m, marcando 3min55s82, quebrando o próprio recorde feito anteriormente nas Paralímpiadas de Tóquio em 2020 e conquistou o lugar mais alto do pódio.

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Yeltsin Jacques foi medalhista de ouro nas paralímpiadas de Paris - (Foto: Rafael Rodrigues)

Jacques explicou que a origem de seu nome vem do primeiro presidente da Rússia, após a dissolução da União Soviética, Boris Iéltsin, e também falou sobre o seu diferencial para ser tão soberano nos 1.500m.

"A minha parte mental é algo que me faz diferente de qualquer um. Eu não faço acompanhamento psicológico e as pessoas da minha equipe sempre dizem que eu não preciso, pois eu desenvolvi sozinho um trabalho mental muito forte. As vezes estou treinando relaxado e as pessoas estranham, mas quando chego nos momentos decisivos, é ali que eu sei que é a minha hora e eu me transformo, dou tudo de mim"

O atleta que faz parte da equipe SESI expressou seu orgulho e gratidão pela instituição e afirmou que aos 36 anos, marcará presença nas paralímpiadas de Los Angeles, em 2028.

Yeltsin foi recebido por um corredor e aplausos no prédio do sistema SESIYeltsin foi recebido por um corredor e aplausos no prédio do sistema SESI - (Foto: Rafael Rodrigues)

"A equipe SESI é uma verdadeira família, me orgulho muito por levar o nome dessa instituição a diversas partes do mundo. Estou muito feliz pelo resultado, mas já estamos pensando nos próximos objetivos, agora estou com 32 anos e se não vou muito ao psicólogo, a fisioterapeuta me vê quase todos os dias. O investimento terá que ser ainda maior para chegarmos até Los Angeles, principalmente na tecnologia de recuperação física", explicou o atleta.

Desde 2016, o Brasil vem se tornando de forma gradual um forte concorrente aos países que são potências nas paralímpiadas e até o momento desta reportagem (06/09), no quadro geral de medalhas, o Brasil fica atrás apenas de cinco, sendo China (170), Grã-Bretanha (90), EUA (79), França e Ucrânia (64). Brasil possuí 63 medalhas, sendo 15 de ouro e 18 de prata.

"É quase impossível bater a China quando o assunto é Paralímpiadas, mas nosso objetivo é ficar ao menos no segundo lugar no quadro geral em Los Angeles 2028. Estamos cada vez mais galgando degraus para nos tornar referência nas modalidades paralímpicas com investimento na base, temos centro de treinamentos em quase todas as principais cidades do Brasil, estamos melhorando na qualificação de profissionais, então é um trabalho que é feito a longo prazo".

Para além das estatisticas e recordes, Yaltsin contou que irá ser padrinho da Corrida do Pantanal que acontecerá no próximo dia 22 de setembro. O evento, que acontecerá aqui em Campo Grande, sua terra natal, promete ser uma celebração não só de sua vitória, mas também do espírito esportivo que ele encarna. Para muitos dos que estarão lá, Yeltsin não será apenas um atleta; ele será um herói local, alguém que mostra que, mesmo quando as condições são adversas, é possível enxergar longe, muito além do horizonte.

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