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Vulcão onde brasileira desapareceu é 2º mais alto da Indonésia e tem histórico de acidentes

Monte Rinjani fica na ilha Lombok, um dos destinos mais conhecidos do país asiático; visitante malaio morreu no local há dois meses

22 junho 2025 - 11h40Priscila Mengue
Barracas de visitantes em trecho do Parque Nacional Monte Rinjani.
Barracas de visitantes em trecho do Parque Nacional Monte Rinjani. - (Foto: farizun amrod/Adobe Stock)

Segue incerto o resgate da publicitária Juliana Marins, de 27 anos, que sofreu uma queda durante uma trilha na ilha Lombok, na Indonésia, nas proximidades de Bali. A brasileira percorria o Parque Nacional do Monte Rinjani com uma agência especializada, junto com outros viajantes. O local tem um histórico de acidentes e até mortes de visitantes.

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Um dos principais destinos turísticos do Sudeste Asiático, o parque abrange o segundo pico mais alto da Indonésia. É reconhecido como um geoparque global pela Unesco, a qual o descreve como “a ponte tropical entre a Ásia e a Austrália”.

O parque é famoso pelo Monte Rinjani, um conhecido vulcão ativo da região. Com 41,3 mil hectares de extensão, integra o chamado “anel de fogo do Pacífico”. Também é procurado pelas cachoeiras esverdeadas e fontes termais.

De acordo com o site oficial do espaço, o parque abrange uma área montanhosa com altitude que varia de 500 a 3.700 metros acima do nível do mar, variando entre áreas planas, onduladas, acidentadas e montanhosas.

O local tem um histórico de acidentes e mortes ao longo de anos. Um dos mais recentes ocorreu há cerca de dois meses, em maio, quando um visitante malaio morreu após uma queda durante uma trilha. O resgate do corpo exigiu uma operação de resgate.

“Reconhecemos a importância da segurança dos alpinistas e continuamos nos esforçando para fazer melhorias, continuamos priorizando esses esforços com o apoio de diversos partidos que se preocupam com a segurança e sustentabilidade de Rinjani. Que este evento seja um lembrete da importância da preparação e vigilância em todas as atividades ao ar livre”, destacou o parque em comunicado à época.

Um dos casos de maior repercussão ocorreu em 2012, quando sete estudantes morreram durante uma tempestade. Além disso, em 2018, quase 700 visitantes ficaram isolados no parque após um terremoto de magnitude 6.4 na escala Richter.

Em plataformas de viagens como o TripAdvisor, há diversos relatos de viajantes que se surpreenderam com as dificuldades da experiência. Segundo eles, a caminhada e escalada não só exigem muito fisicamente como também são perigosas. Fortes ventos estão entre os aspectos ressaltados.

De acordo com o site oficial do parque, o espaço foi anteriormente um santuário de vida selvagem designado pelo governo das então Índias Orientais Holandesas, em 1941, anos antes da independência da Indonésia. É um parque nacional desde os anos 1990.

Como é o parque? E como são as trilhas?

Segundo a Unesco, o geoparque tem uma grande biodiversidade e “paisagem rica e diversificada”, com savanas e florestas variadas. Também é um complexo vulcânico, formado ao longo de distintos períodos, com o Monte Rinjani sendo um dos mais jovens, com idade estimada de 6 mil a 12 mil anos.

No ponto mais conhecido no Rinjani, há uma cratera formada após erupção que deu origem a um lago, o Segara Anak. Nesse local, há um segundo cone vulcânico. A paisagem formada por esse conjunto é o principal cartão postal do parque, pelo contraste das formações e da água azulada.

As trilhas no parque geralmente duram entre dois e cinco dias, a depender do roteiro (que pode ir até a borda da cratera vulcânica ou até o cume). As agências costumam indicar o período de abril a dezembro como o ideal para a experiência, com alta temporada em julho.

A agência especializada India Hikes descreve a trilha, por exemplo, como uma experiência de “viver muitas aventuras em apenas uma caminhada”. Também chama de “uma das trilhas mais populares e desafiadoras da Indonésia”.

“Ao subir as cristas, você avista um vulcão ativo — a mais rara das raridades. Nuvens de fumaça saem do vulcão à medida que você passa por ele. Esse é o Monte Barujari, o componente ativo do vulcão, situado dentro da cratera do Monte Rinjani, mas afastado da trilha", descreve a agência. “Dito isso, não é uma caminhada fácil. Ela exige muito condicionamento físico e preparação para a subida”, completa.

Como está a brasileira?

A brasileira Juliana Marins, de 27 anos, acidentou-se durante uma trilha em direção ao lago Segara Anak na madrugada de sábado, 21, no horário local. Segundo familiares, a jovem teria sido deixada pelo grupo em que estava ao apontar cansaço para seguir até a última parte do roteiro.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que as autoridades locais seguem em contato com a embaixada brasileira. “Equipes de resgate continuam na área, trabalhando em condições difíceis, segundo as autoridades indonésias”, destacou.

A visibilidade baixa causada por neblina e outros fatores teria dificultado o resgate, previsto para a manhã deste domingo, no horário local, cujo fuso horário está 11 horas à frente do registrado em Brasília. Novas informações oficiais não foram divulgadas, embora já seja noite na Indonésia. O acidente ocorreu na madrugada de sábado.

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