A relação diplomática entre Brasil e Indonésia atravessa sua fase mais promissora, segundo afirmou nesta sexta-feira (24) o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O balanço foi feito em Jacarta, durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país asiático.
“Vivemos o melhor momento da história nas relações entre os dois países”, declarou o chanceler, ao destacar que Lula e o presidente indonésio Joko Widodo se reuniram duas vezes nos últimos três meses — em julho, em Brasília, e agora na capital da Indonésia. “Dois encontros presidenciais em tão curto espaço de tempo demonstram o excelente nível da relação bilateral.”
Vieira ressaltou o potencial estratégico da parceria, que une duas das maiores economias do Sul Global. Juntas, Brasil e Indonésia somam quase 500 milhões de habitantes e compartilham vastas áreas florestais e biodiversidade. O comércio bilateral, atualmente na casa dos US$ 6,3 bilhões, deve crescer com a negociação de um acordo-quadro entre o Mercosul e o país asiático — meta que o Itamaraty quer concluir até dezembro, quando se encerra a presidência temporária do bloco regional.
Entre os temas prioritários para a cooperação estão a transição energética e a mineração de minerais críticos, áreas em que os dois países buscam dominar toda a cadeia produtiva. A cooperação científica também deve ganhar fôlego, com foco em biodiversidade, clima, tecnologia espacial e fontes renováveis, segundo memorando assinado durante a missão diplomática.
Vieira também anunciou que a Indonésia vai incluir o português como idioma opcional em seu sistema educacional. “É um gesto de aproximação cultural relevante”, afirmou.
Outro ponto de destaque foi o compromisso da Indonésia com o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFF), idealizado pelo Brasil e que será lançado oficialmente durante a COP30, em Belém (PA), em 2025. Segundo o chanceler, o apoio foi recebido com entusiasmo por Lula.
