
Verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21, com o solstício de verão no Hemisfério Sul. O fenômeno astronômico marca o dia com o maior número de horas de luz solar ao longo do ano e dá início à estação mais quente no Brasil.
As estações do ano são resultado da inclinação de cerca de 23 graus do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de sua órbita e do movimento de translação do planeta em torno do Sol. No solstício de verão, o Hemisfério Sul fica inclinado de forma a receber a maior incidência de luz solar direta.
Enquanto o verão começa no Sul, o Hemisfério Norte entra no solstício de inverno, registrando a noite mais longa do ano. Em junho, o cenário se inverte, com o início do inverno no Sul e do verão no Norte.
Além dos solstícios, o calendário astronômico também é marcado pelos equinócios, que ocorrem na primavera e no outono. Nesses períodos, os dois hemisférios recebem quantidades semelhantes de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração praticamente igual.
Por que o verão é mais quente? - Segundo a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional (ON), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente justamente por causa da inclinação do eixo terrestre. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam de forma mais direta um hemisfério de cada vez.
No Hemisfério Sul, essa incidência mais intensa resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas. A especialista explica ainda que os efeitos das estações são mais perceptíveis longe da linha do Equador. Em regiões equatoriais, a variação na duração dos dias ao longo do ano é pequena, enquanto nos polos os contrastes são mais extremos.
Calor e tempo seco nos próximos dias - Com a chegada do verão, a previsão indica dias quentes nas próximas semanas. Em São Paulo, a temperatura pode se aproximar do recorde do ano na véspera do Natal. Segundo a Climatempo, a capital paulista deve enfrentar tempo mais seco e menor volume de chuvas nos próximos dias.
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia apontam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. Para o dia 24 de dezembro, a expectativa é de temperaturas próximas dos 35°C, com possibilidade de igualar ou superar a marca.
O calor também deve predominar em outras regiões do País. No Rio de Janeiro, os termômetros podem chegar a 38°C. Belo Horizonte e Vitória devem registrar máximas entre 32°C e 34°C. No Sul e no interior do Nordeste, as temperaturas podem se aproximar de 35°C, enquanto no Norte do Brasil os valores devem ficar em torno de 32°C.
O que esperar do verão 2025/2026 - O verão segue até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e deve ser influenciado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS). Esse sistema de alta pressão atua sobre o oceano Atlântico Sul e dificulta a formação de nuvens, funcionando como um bloqueio atmosférico que afasta frentes frias do País.
A Climatempo prevê que o volume de chuvas fique um pouco abaixo da média em grande parte do Brasil durante o verão 2025/2026. A maior deficiência deve ocorrer na costa norte, entre o litoral do Pará e do Ceará, além de áreas do interior do Maranhão e do Piauí.
Já o fenômeno La Niña não deve ter papel determinante nesta estação. De acordo com as previsões, o evento climático terá fraca intensidade e curta duração, com efeitos limitados sobre o padrão do verão, devendo se estender apenas até meados de janeiro de 2026.

