
O governo da Venezuela reagiu com dureza, nesta terça-feira (15), ao anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o bloqueio a navios petroleiros sancionados que entram e saem do país. Em comunicado oficial, Caracas classificou a medida como “irracional” e uma “ameaça grotesca”, além de acusar Washington de tentar se apropriar das riquezas naturais venezuelanas.
Segundo o governo venezuelano, a iniciativa viola princípios do Direito Internacional, do livre comércio e da liberdade de navegação. No texto divulgado à imprensa e compartilhado pela vice-presidente Delcy Rodríguez, a gestão de Nicolás Maduro afirma que o bloqueio teria como objetivo o controle do petróleo, das terras e dos minerais do país.
“O presidente dos Estados Unidos pretende impor, de maneira absolutamente irracional, um suposto bloqueio naval militar à Venezuela com o objetivo de roubar as riquezas que pertencem à nossa pátria”, diz o comunicado oficial.
Ainda de acordo com a nota, o embaixador da Venezuela junto à Organização das Nações Unidas (ONU) foi orientado a denunciar o que o governo chama de “grave violação” da soberania nacional. O texto também classifica a postura de Trump como “intervencionista e colonialista”.
“A Venezuela jamais voltará a ser colônia de império ou de qualquer poder estrangeiro e continuará, junto com seu povo, no caminho da construção da prosperidade e da defesa irrestrita de nossa independência e soberania”, afirma o documento.
O bloqueio foi anunciado mais cedo pelo próprio Donald Trump, em uma publicação na rede Truth Social. Na mensagem, o presidente norte-americano voltou a chamar o governo de Nicolás Maduro de “ilegítimo” e afirmou que o regime venezuelano passará a ser tratado como uma “organização terrorista estrangeira”.
“Os EUA não vão permitir que um regime hostil leve nosso petróleo, terras ou quaisquer outros bens, os quais todos devem ser devolvidos a nós imediatamente”, escreveu Trump.
A declaração elevou o tom da crise diplomática entre os dois países e reacendeu o debate sobre sanções, soberania e os impactos das medidas unilaterais no cenário internacional.

