
Alpinista Agam, responsável por localizar e resgatar o corpo da brasileira Juliana Marins no monte Rinjani, na Indonésia, vai receber a quantia integral da vaquinha virtual organizada pela plataforma Voaa. O anúncio foi feito na tarde desta segunda-feira (30), após a repercussão negativa sobre a taxa de 20% que seria descontada do total arrecadado.

A campanha, criada na última semana pelo perfil “Razões para Acreditar” — responsável pela gestão da plataforma Voaa —, tinha como objetivo recompensar o alpinista pela ajuda no resgate. A iniciativa sensibilizou milhares de pessoas e, em poucos dias, arrecadou mais de R$ 520 mil.
No entanto, a informação de que Agam só receberia cerca de R$ 400 mil, já descontada a taxa de 20%, gerou uma onda de críticas nas redes sociais. Muitos internautas questionaram a transparência da cobrança, considerando a natureza solidária da campanha.
Diante da repercussão, os organizadores cancelaram a vaquinha no domingo (29), anunciando que todas as doações seriam devolvidas automaticamente. Em nota, a equipe da Voaa pediu desculpas a quem se sentiu “enganado ou desrespeitado”.
Reviravolta após críticas - Um dia após o cancelamento, Vicente Carvalho, fundador do “Razões para Acreditar” e da Voaa, usou as redes sociais para anunciar que a decisão foi revista. Segundo ele, a pressão popular teve papel direto na mudança.
“Muitos de vocês afirmaram a importância de que esse valor chegue integralmente ao Agam. E vocês têm toda razão”, afirmou em vídeo publicado nesta segunda. “Por isso, decidimos que ele receberá 100% do valor arrecadado, sem desconto de taxa.”
Carvalho também afirmou que o processo legal para transferência do valor já está em andamento. Ainda assim, doadores que preferirem cancelar a contribuição devem enviar um e-mail para vaquinha.agam@voaa.me até 48 horas após o novo anúncio, feito na tarde de segunda.
A controvérsia sobre a taxa cobrada reacendeu o debate sobre a transparência das plataformas de financiamento coletivo. Em resposta às críticas, Vicente Carvalho informou que a política de taxas da Voaa está sendo reavaliada.
“Nós sempre trabalhamos com muita dedicação e honestidade, mas é importante ouvir e ajustar quando for necessário”, disse.
Criada para apoiar causas sociais, a Voaa atua vinculada ao perfil “Razões para Acreditar”, conhecido por divulgar histórias de superação e promover arrecadações para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade.
Juliana Marins, brasileira de 33 anos, morreu em junho após uma queda durante a escalada ao monte Rinjani, na ilha de Lombok. O resgate do corpo foi conduzido por uma equipe local, liderada por Agam, que percorreu o trajeto até o ponto de difícil acesso onde Juliana havia desaparecido.
