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EDUCAÇÃO

Universidades federais alertam para impacto de cortes no orçamento de 2026

Andifes pede recomposição imediata e afirma que redução aprovada no Congresso ameaça funcionamento das instituições

23 dezembro 2025 - 17h10
Andifes alerta que cortes no orçamento podem comprometer o funcionamento das universidades federais em 2026
Andifes alerta que cortes no orçamento podem comprometer o funcionamento das universidades federais em 2026 - Foto: Divulgação
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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou “profunda preocupação” com os cortes aplicados ao orçamento das universidades federais durante a tramitação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 no Congresso Nacional. Em nota pública, a entidade defende a recomposição imediata dos recursos e alerta que a manutenção dos valores reduzidos pode comprometer o funcionamento regular das instituições e limitar o papel estratégico das universidades no desenvolvimento científico, social e econômico do País.

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Segundo cálculos da própria Andifes, o orçamento previsto originalmente no PLOA 2026 para as 69 universidades federais sofreu um corte de 7,05%. Na prática, isso representa uma redução de aproximadamente R$ 488 milhões em relação ao valor inicialmente proposto pelo Executivo.

De acordo com a entidade, os cortes não se concentraram em áreas específicas e atingiram todas as ações consideradas essenciais para o funcionamento da rede federal de ensino superior. “Esses cortes incidiram de forma desigual entre as universidades e atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior”, afirma o texto divulgado pela associação.

Um dos pontos que mais preocupa os dirigentes é a redução de recursos destinados à assistência estudantil. A Andifes estima que cerca de R$ 100 milhões foram retirados dessa área, o que compromete diretamente a implementação da nova Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), instituída pela Lei nº 14.914, de 2024. Segundo a entidade, a diminuição de recursos coloca em risco avanços recentes voltados à democratização do acesso e à permanência de estudantes no ensino superior público.

A associação também destaca que o cenário se agrava porque o orçamento das universidades já vinha operando sob forte pressão. Caso não haja recomposição, os recursos previstos para 2026 ficarão, em termos nominais, abaixo do orçamento executado em 2025. Esse cálculo, segundo a Andifes, não leva em conta os efeitos da inflação nem os reajustes obrigatórios de contratos, principalmente os relacionados à mão de obra terceirizada, que representam parcela significativa das despesas das instituições.

Na avaliação da entidade, a redução orçamentária compromete o planejamento administrativo e afeta diretamente atividades básicas do cotidiano universitário, como manutenção predial, segurança, limpeza, funcionamento de restaurantes universitários e oferta de serviços acadêmicos.

Além das universidades federais, a Andifes aponta que cortes semelhantes devem impactar o orçamento de órgãos estratégicos para a ciência e a pós-graduação no País, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A redução de recursos nessas instituições pode afetar a concessão de bolsas e o financiamento de pesquisas.

“Estamos em um cenário de comprometimento do pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão nas universidades federais, de ameaça à sustentabilidade administrativa dessas instituições e à permanência dos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica”, afirma a Andifes na nota.

A associação defende que o orçamento das universidades seja tratado como prioridade estratégica e cobra do governo e do Congresso medidas para recompor os valores antes da aprovação final da LOA de 2026.

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