As universidades públicas e as escolas da rede estadual e municipal do Rio de Janeiro retomaram nesta quinta-feira (30) suas atividades presenciais, após a paralisação causada pelos intensos confrontos nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense. A suspensão ocorreu em razão da Operação Contenção, que deixou 119 mortos, incluindo quatro policiais, na última terça-feira (28).
A Universidade Federal Fluminense (UFF) informou que retomou todas as atividades administrativas e acadêmicas em regime presencial, justificando a decisão com base na redução do risco avaliada pelo Centro de Operações da Prefeitura do Rio, que classificou a cidade em Estágio 1 — o mais brando da escala. Nesse nível, os transportes operam normalmente e não há restrições severas à circulação.
Em nota, a instituição destacou que seguirá monitorando a situação. “Mantemos vigilância constante diante da escalada da conjuntura de segurança pública no Rio de Janeiro e comunicaremos qualquer nova medida, caso necessário”, informou a reitoria.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também reabriu todos os campi nesta quinta. Em comunicado, a instituição manifestou solidariedade às vítimas da operação e reafirmou seu compromisso com “a paz, a democracia e a proteção da comunidade universitária”.
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) seguiu o mesmo caminho e confirmou o retorno pleno às atividades acadêmicas e administrativas em todas as suas unidades.
Escolas retomam aulas, mas duas seguem fechadas - A Secretaria Estadual de Educação informou que quase todas as escolas públicas das redes municipal e estadual retomaram as aulas nesta quinta-feira. Apenas duas unidades permanecem fechadas nas regiões diretamente impactadas pelos confrontos.
A suspensão das aulas havia sido adotada como medida preventiva após o intenso tiroteio e as operações de retaliação por parte de criminosos, que paralisaram boa parte da cidade no início da semana. Ruas bloqueadas, escolas trancadas, postos de saúde fechados e comércio parado transformaram a rotina de milhares de moradores.
A Operação Contenção mobilizou cerca de 2.500 policiais e foi a maior ofensiva em 15 anos no estado. Além das mortes, a ação resultou na apreensão de 118 armas e uma tonelada de drogas, além do cumprimento de 113 prisões. Organizações da sociedade civil, moradores e familiares de vítimas denunciaram execuções e classificaram a ação como uma chacina.
Enquanto isso, crescem os pedidos por investigação independente e uso de câmeras corporais durante operações policiais. O Ministério Público do Rio já solicitou imagens das câmeras utilizadas pelos agentes.
