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Unesp expulsa 4 alunos envolvidos em trote violento que fez vítima parar na UTI

Outros quatro estudantes foram suspensos por 120 dias e um nono investigado recebeu suspensão de 45 dias

7 janeiro 2024 - 18h40José Maria Tomazela
Segundo a nota divulgada pela Unesp, as apurações de âmbito administrativo se detiveram em duas repúblicas, uma em que o trote teve início e outra onde teve seu gravíssimo desfecho
Segundo a nota divulgada pela Unesp, as apurações de âmbito administrativo se detiveram em duas repúblicas, uma em que o trote teve início e outra onde teve "seu gravíssimo desfecho" - (Foto: Werther Santana/Estadão)

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A Faculdade de Engenharia e Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Guaratinguetá, interior de São Paulo, tomou a decisão de expulsar quatro alunos envolvidos em um trote violento contra uma universitária de 21 anos. Como resultado desse incidente, a estudante chegou a entrar em coma e precisou ser internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Outros quatro estudantes receberam suspensão de 120 dias, enquanto um nono envolvido foi suspenso por 45 dias. Um inquérito conduzido pela Polícia Civil também está em andamento para investigar o caso. Não foram divulgados os nomes dos estudantes, impossibilitando o contato com suas defesas.

O trote aconteceu em julho de 2023, mas a comunicação das punições dos envolvidos foi feita no último dia 2, através de rede social oficial da instituição, após o encerramento do processo administrativo que apurou o caso. A expulsão dos quatro alunos foi formalizada por meio de publicação no Diário Oficial do Estado de São Paulo, já que se trata de instituição pública.

Segundo a nota divulgada pela faculdade em sua página no Instagram, as apurações de âmbito administrativo se detiveram em duas repúblicas, uma em que o trote teve início e outra onde teve "seu gravíssimo desfecho". Quatro comissões adicionais serão instituídas para apurar o ocorrido em outras repúblicas citadas em denúncia registrada na Ouvidoria Geral.

Conforme a instituição, no âmbito policial, um inquérito apura o crime de lesão corporal de natureza grave atribuída a sete alunos que teriam participado do trote. Atendendo a pedido do 2º Distrito Policial de Guaratinguetá, onde o caso é apurado, a Unesp repassou à investigação as fichas contendo qualificação e fotos dos sete alunos. "Cumpre-nos ainda ressaltar que o processo policial é totalmente distinto do nosso processo disciplinar, de tal modo que suas sentenças, efeitos e decisões são independentes", disse.

Dos sete acusados, cinco foram indiciados e o caso segue em apuração, de acordo com a Polícia Civil. A faculdade informou que serão criadas campanhas permanentes de conscientização e combate ao trote e um memorial de vítimas do trote, "ações essas que devem ficar a cargo da Comissão Local de Direitos Humanos".

Como aconteceu o trote

O trote aconteceu no dia 4 de julho, quando a aluna do curso de Engenharia Civil foi obrigada a cumprir um elenco de obrigações impostas pelos veteranos, em suas repúblicas. Entre as tarefas estava fazer algumas séries de flexões e, quando não cumpridas integralmente, ela era obrigada a consumir bebidas alcoólicas, misturadas com mostarda, sal, vinagre e pimenta.

A jovem passou mal, foi levada de ambulância a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de onde foi transferida para a Santa Casa de Guaratinguetá. A estudante chegou a ser entubada devido ao estado grave. Após cinco dias de internação, quatro em UTI, ela recebeu alta, deixou a universidade e denunciou a violência.

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