
Um ataque com drones contra uma estação ferroviária em Shostka, no nordeste da Ucrânia, deixou dezenas de feridos neste sábado (4), informaram autoridades ucranianas. O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que “todos os serviços de emergência já estão no local e começaram a ajudar as pessoas. Todas as informações sobre os feridos estão sendo estabelecidas”, em postagem no X.

Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas no ataque à estação, segundo Zelensky. Autoridades locais disseram que a ação atingiu dois trens de passageiros em rápida sucessão — primeiro um serviço regional e, em seguida, um com destino a Kiev — enquanto um alerta de ataque aéreo estava em andamento no momento das explosões, de acordo com Oleksiy Kuleba, vice-primeiro-ministro e ministro da Reconstrução, em declaração no Telegram.
O Exército ucraniano informou que, na madrugada de sábado, forças russas lançaram 109 drones e três mísseis balísticos contra alvos no país, e que 73 desses drones foram abatidos ou desviados. Além dos ataques às ferrovias, a ofensiva voltou a atingir a rede elétrica: instalações próximas a Chernihiv foram danificadas e apagões devem afetar cerca de 50 mil residências, informou o operador regional Chernihivoblenergo.
Na sexta-feira, o país também sofreu um ataque envolvendo infraestruturas de gás natural operadas pela estatal Naftogaz — descrito por autoridades ucranianas como o maior desde o início da guerra. A primeira-ministra ucraniana, Yulia Svyrydenko, acusou Moscou de “aterrorizar civis” após os bombardeios, enquanto o diretor-executivo da Naftogaz declarou que os ataques não tinham finalidade militar.
Os alvos repetidos nas redes ferroviárias e elétricas descrevem uma escalada da tática russa de atingir infraestrutura crítica, com impacto direto sobre a mobilidade de civis e a entrega de ajuda humanitária. Atacando trens de passageiros — como o caso em Shostka — o risco imediato é de vítimas entre civis deslocados e passageiros, além de criar disrupções logísticas que reverberam em toda a cadeia de suprimentos.
Autoridades locais e serviços de emergência permaneceram no local para socorro e atendimento aos feridos, e equipes de reparo foram mobilizadas para restabelecer trechos da rede elétrica afetados.
Familiares de passageiros e moradores da região relataram momentos de pânico na estação. Enquanto representantes do governo ucraniano responsabilizam as forças russas pelos ataques, a escalada também gerou reações e apelos internacionais por proteção de civis e por desescalada.
Em um cenário de intensos ataques a infraestruturas, a resposta de defesa aérea ucraniana conseguiu interceptar parte dos drones lançados, segundo comunicados das Forças Armadas, mas o número de dispositivos lançados e a diversidade de alvos demonstram capacidade de saturação por parte do atacante.
A destruição ou o comprometimento de linhas férreas e redes elétricas agrava a condição humanitária em regiões já afetadas pelo conflito: dificulta deslocamentos, atrasa remessas de suprimentos e prejudica serviços essenciais, como hospitais e pontos de distribuição de ajuda. As autoridades ucranianas seguem avaliando danos, contabilizando feridos e reativando serviços essenciais na medida do possível.
Enquanto isso, as investigações sobre cada ataque — inclusive sobre o tipo de armamento usado e a cadeia de comando por trás das operações — continuam, e apelos diplomáticos por proteção de civis e infraestrutura seguem em curso em fóruns internacionais.
