Em mais uma ofensiva de longo alcance, a Ucrânia atingiu alvos estratégicos em território russo e na Crimeia ocupada, durante a madrugada desta segunda-feira (6). De acordo com o presidente Volodimir Zelenski e com o exército ucraniano, os ataques foram realizados com drones e mísseis de longo alcance, atingindo uma fábrica de munições no oeste da Rússia, um terminal de petróleo na Península da Crimeia e um depósito de armas.
A fábrica Sverdlov, localizada em território russo, foi um dos principais alvos da operação. Responsável por produzir munições de aviação, bombas de artilharia e armamentos antiaéreos e antitanque, o local sofreu múltiplas explosões e registrou um incêndio de grandes proporções após o bombardeio.
Ainda segundo as autoridades ucranianas, o terminal de petróleo atacado na Crimeia é um ponto estratégico para a logística militar russa, especialmente nas regiões do Mar Negro e do Mar de Azov.
O comando militar da Ucrânia não divulgou detalhes operacionais, mas classificou a ação como “bem-sucedida”. O presidente Zelenski destacou a importância de enfraquecer a infraestrutura militar russa como forma de defesa e contenção.
“Continuamos a trabalhar para que a Rússia sinta concretamente as consequências da sua agressão. Nossos alvos são exclusivamente militares e estratégicos”, afirmou Zelenski em pronunciamento.
Reconhecimento parcial por parte da Rússia
O governo russo confirmou que sofreu uma grande onda de ataques com drones em 14 regiões do país, incluindo a Crimeia. No entanto, o Kremlin evitou fornecer detalhes sobre os danos causados ou os locais específicos atingidos.
As ações ucranianas fazem parte de uma estratégia mais ampla que visa atingir estruturas logísticas, depósitos de combustível e centros de produção militar russos.
Escassez de combustível como consequência
Ofensivas semelhantes realizadas em agosto deste ano já haviam impactado a cadeia de suprimentos da Rússia, especialmente no setor energético. Na ocasião, os ataques ucranianos a refinarias e depósitos contribuíram para a escassez de combustível em várias regiões do país.
A intensificação dos bombardeios reforça a escalada da guerra, que entra em sua terceira fase com ataques cada vez mais profundos em território russo, desafiando a capacidade de resposta do sistema de defesa aérea da Rússia.
Contexto geopolítico
Os ataques acontecem em um momento de renovada pressão internacional sobre a Rússia, com sanções adicionais sendo discutidas por países da OTAN e da União Europeia. Ao mesmo tempo, a Ucrânia busca ampliar seu apoio militar e financeiro por parte dos aliados ocidentais, enquanto sustenta ações ofensivas com tecnologia de longo alcance.
A operação mais recente evidencia o uso crescente de drones na guerra, consolidando o equipamento como uma das principais ferramentas no conflito, tanto em missões de reconhecimento quanto em ações de ataque de precisão.
