
No último sábado 29, em Nioaque (MS), aldeias indígenas e poder público entregaram o Plano de Visitação – Etnoturismo. O documento é fruto de 11 meses de trabalho conjunto entre as comunidades, o governo estadual, o Sebrae/MS e a prefeitura municipal. A iniciativa reúne cinco comunidades, quatro da etnia Terena e uma da etnia Atikum, e tem apoio direto da gestão do prefeito André Guimarães (PP).
A cerimônia ocorreu no centro comunitário da aldeia Brejão e contou com cerimônias culturais, danças tradicionais, grafismos indígenas e mostra de artesanato. Também foram entregues certificados a moradores que participaram dos cursos de capacitação em ecoturismo, gestão, fotografia, comunicação e empreendedorismo — etapas consideradas essenciais para preparar a comunidade para receber visitantes com dignidade e responsabilidade.
O plano prevê roteiros guiados, trilhas na mata, vivências culturais, hospedagem comunitária, gastronomia típica e a possibilidade de integração com a natureza e o modo de vida tradicional. A intenção é transformar Nioaque no primeiro destino de turismo indígena estruturado de Mato Grosso do Sul. A aprovação oficial depende agora da anuência da FUNAI.
Apresentações culturais, como a tradicional “dança da ema”, conduzida pelas lideranças da etnia Terena, integraram programaçãoPara o prefeito André Guimarães, o projeto traz esperança e oportunidade. Segundo ele, o etnoturismo pode gerar renda para famílias, valorizar a cultura indígena e colocar Nioaque no mapa nacional e internacional do turismo. A prefeitura se comprometeu a apoiar a infraestrutura e a logística para receber visitantes com segurança.
Para as comunidades, o plano representa também a valorização da ancestralidade, da memória e do patrimônio cultural. Muitos citaram o desejo de mostrar ao mundo a força da identidade indígena sulmato-grossense e de garantir um futuro com sustentabilidade e respeito.
Se tudo der certo, Nioaque poderá abrir suas aldeias ao turismo em 2026. Até lá, a expectativa é de que o município se prepare para receber visitantes, com estrutura, segurança e acolhimento — unindo natureza, tradição e desenvolvimento comunitário.


