
Uma equipe de Mato Grosso do Sul está no Rio de Janeiro para participar de uma reunião que vai ajudar a planejar o futuro do turismo nas áreas que fazem parte da Amazônia Legal. O encontro acontece nesta quarta e quinta-feira, 23 e 24 de julho, e tem como foco principal valorizar o turismo feito com respeito à cultura local, aos costumes das comunidades e ao meio ambiente.

O evento é chamado de Conexão Turismo – Oficina para a construção das bases estratégicas do turismo da Amazônia Legal e acontece na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A reunião faz parte da 2ª edição do grupo de trabalho formado por representantes dos 11 estados da Amazônia Legal.
O objetivo é criar juntos um plano de trabalho até 2026, com metas e ações que respeitem os saberes das populações tradicionais, como indígenas, ribeirinhos e moradores de pequenas comunidades. A ideia é que o turismo ajude a desenvolver a região sem destruir sua identidade e natureza.
Mato Grosso do Sul é representado por três profissionais do Sistema Comércio MS: Kellen Campagnaro, gerente de Produtos do Sesc-MS; Regiane Dedé de Oliveira, economista da Fecomércio-MS; e Camila Fernandes, consultora de Turismo do Senac-MS e representante do Conselho de Turismo e Hospitalidade (Cetur-MS).
Turismo que valoriza as pessoas e o lugar onde vivem - Durante os dois dias de atividades, os participantes vão trabalhar na definição de diretrizes para os próximos anos. Isso quer dizer: organizar ideias, escolher prioridades e construir juntos o caminho que o turismo deve seguir, com foco especial no ano de 2025.
Para Mato Grosso do Sul, essa é uma chance de mostrar que o turismo pode ser um instrumento poderoso para melhorar a vida das pessoas, gerar renda, proteger a cultura local e incentivar o cuidado com o meio ambiente.
“O turismo sustentável é uma das principais ferramentas para transformar realidades locais, gerar emprego, renda e valorizar a diversidade cultural e ambiental dos territórios”, afirma a economista Regiane Dedé de Oliveira.
Experiências reais, com quem vive no território - A proposta que está sendo defendida pela equipe do MS é um turismo que envolva de verdade quem vive no território. Nada de pacotes prontos que ignoram a cultura do lugar. A proposta é de turismo com “cara local”, baseado nas experiências reais dos moradores, nas histórias contadas por eles, nas receitas da comunidade, nas trilhas da mata e no artesanato feito à mão.
É por isso que o evento tem dado destaque ao chamado turismo de base comunitária. Esse modelo dá espaço para que os próprios moradores sejam os guias, os donos das pousadas, os condutores de trilhas ou os responsáveis pelos serviços oferecidos aos visitantes. O turismo deixa de ser só negócio e passa a ser também ferramenta de inclusão, educação e fortalecimento da cultura.
Além disso, a proposta inclui atenção especial ao papel das mulheres e dos grupos que muitas vezes são deixados de lado — como indígenas, quilombolas e moradores de comunidades ribeirinhas. A valorização dessas pessoas é central para o turismo que está sendo pensado.
A força do Sistema Comércio MS - A participação da equipe sul-mato-grossense reforça a atuação do Sistema Comércio MS (formado por Sesc, Senac e Fecomércio) na construção de um turismo mais responsável. As ações feitas por essas instituições no estado já mostram que é possível fazer turismo que respeita a natureza e valoriza as pessoas.
Com iniciativas em educação, formação profissional, cultura e lazer, o Sesc e o Senac trabalham há anos com foco nas necessidades reais das comunidades. Esse trabalho, feito junto com a Fecomércio, ajuda a pensar políticas públicas que estejam ligadas às realidades locais.
Mato Grosso do Sul tem mostrado que é possível construir um turismo que protege a floresta, respeita os povos e gera oportunidades para quem vive ali.
A oficina termina nesta quinta-feira (24) com a definição de metas e estratégias para o próximo ano. O plano será usado para orientar políticas públicas, programas e projetos de turismo nos estados que fazem parte da Amazônia Legal.
