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INTERNACIONAL

Trump e Zelenski dizem que acordo de paz avançou, mas admitem entraves com a Rússia

Negociações seguem sem consenso final e nova rodada entre EUA e Ucrânia é marcada para janeiro

28 dezembro 2025 - 21h20Redação O Estado de S. Paulo
Trump e Zelenski afirmam que negociações de paz avançaram, mas impasses seguem sem solução.
Trump e Zelenski afirmam que negociações de paz avançaram, mas impasses seguem sem solução. - (Foto: Imagem ilustrativa/A Crítica)

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmaram neste domingo, 28, que as negociações para um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia avançaram, embora ainda não exista um entendimento fechado entre as partes. Segundo eles, uma nova reunião entre negociadores ucranianos e americanos está prevista para janeiro, com possibilidade de participação de diplomatas europeus.

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Após o encontro, Trump elogiou o trabalho de seus representantes e demonstrou otimismo quanto a um desfecho próximo. “Vamos ver se conseguimos um acordo, mas está perto”, declarou o presidente americano, ao comentar o andamento das conversas.

Zelenski avaliou a reunião como positiva e afirmou que houve consenso em pontos considerados centrais por Kiev. O líder ucraniano descreveu o encontro como uma “ótima discussão sobre todos os tópicos” e disse que as partes concordaram com garantias de segurança oferecidas pelos Estados Unidos à Ucrânia após um eventual fim da guerra.

Apesar do tom mais confiante, a continuidade das negociações e a ausência de decisões definitivas indicam que o processo de paz tende a ser mais longo do que o previsto inicialmente por Trump.

Trump informou que pretende comunicar o resultado da reunião ao presidente russo, Vladimir Putin, com quem conversou por telefone antes do encontro com Zelenski. O presidente americano evitou comentar números ao ser questionado sobre a avaliação de Zelenski de que o plano estaria “90% pronto”.

Antes da reunião, o presidente ucraniano reconheceu publicamente que há impasses importantes. Entre eles estão as áreas do leste da Ucrânia ainda sob controle de tropas de Kiev, mas reivindicadas por Moscou, e a situação da usina nuclear de Zaporizhzhia, atualmente ocupada por forças russas.

A Ucrânia defende a criação de uma zona desmilitarizada na região de Donetsk como parte do acordo e propõe que a operação da usina seja compartilhada com os Estados Unidos. A Rússia, no entanto, se opõe a essas propostas.

Mesmo assim, Trump afirmou que Putin estaria disposto a dialogar sobre a questão da usina. “Putin está realmente trabalhando com a Ucrânia para reabrir a usina. É um grande passo, considerando que ele não está bombardeando aquela usina”, disse.

Apesar das declarações, autoridades russas demonstraram cautela e pouca disposição para concessões. Yuri Ushakov, principal assessor de política externa de Putin, afirmou que Moscou considera um acordo de paz duradouro mais adequado do que um cessar-fogo temporário, mas cobrou de Kiev uma “decisão política corajosa e responsável” em relação ao leste da Ucrânia, sinalizando resistência a mudanças na posição russa.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, também reforçou o ceticismo ao rejeitar a presença de tropas europeias em território ucraniano como parte das garantias de segurança exigidas por Kiev. Segundo ele, militares europeus seriam considerados “alvos legítimos” pela Rússia.

Enquanto as negociações seguem, Moscou manteve a pressão militar. Nos dias que antecederam a reunião entre Trump e Zelenski, a Rússia intensificou ataques a Kiev com mísseis e drones, em uma tentativa de ampliar a pressão sobre o governo ucraniano.

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