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GUERRA

Trump e Putin se reúnem no Alasca e prometem acordo, mas sem detalhes

Encontro de três horas discute guerra na Ucrânia; analistas veem poucas mudanças na posição russa

16 agosto 2025 - 06h07Redação, O Estado de S. Paulo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, posa para uma foto ao lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, antes da cúpula em Anchorage, Alasca Foto: Andrew Caballero-reynolds/AFP
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, posa para uma foto ao lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, antes da cúpula em Anchorage, Alasca Foto: Andrew Caballero-reynolds/AFP - Foto: Andrew Caballero-reynolds/AFP

Donald Trump e Vladimir Putin se encontraram nesta sexta-feira (15), no Alasca, para discutir o fim da guerra na Ucrânia. Após recepção na pista da base aérea de Elmendorf-Richardson, ambos se reuniram por três horas, cercados de diplomatas e assessores de segurança nacional. No final, fizeram um breve pronunciamento, afirmando ter alcançado um "acordo", sem revelar detalhes.

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Putin abriu o discurso, incomum para um visitante, repetindo a necessidade de eliminar as “causas profundas” da guerra — referência às exigências russas rejeitadas por Ucrânia e Europa, incluindo anexação de territórios e mudança de governo em Kiev. Trump afirmou ter feito avanços, mas prometeu informar líderes europeus, a Otan e Zelenski antes de confirmar qualquer acordo.

A reunião terminou antes do previsto, sem espaço para perguntas da imprensa. Autoridades ucranianas acompanharam ansiosas, mas viram pouco progresso. Para Oleksandr Merezhko, político ucraniano, “foi um fracasso, pois Putin manteve sua retórica habitual”. Zelenski também criticou: “No dia das negociações, os russos continuaram matando. A guerra continua.”

Analistas destacam que a força militar russa contribui para a intransigência de Putin. Nas últimas semanas, a Rússia abriu brechas nas defesas ucranianas em Donbas e mobiliza forças para novas ofensivas. O adiamento de um cessar-fogo amplia a ocupação territorial russa.

A visita fortaleceu Putin politicamente. É a primeira vez em mais de uma década que ele vai aos EUA, sem risco de prisão, já que os EUA não são signatários do Tribunal Penal Internacional, que emitiu mandado de captura contra ele. O encontro marcou o rompimento do isolamento diplomático russo.

O protocolo teve momentos de pompa. Trump aplaudiu a chegada de Putin, que aceitou carona na limusine presidencial e posou para fotos sorrindo. Foi o primeiro encontro dos presidentes desde Helsinque, em 2018, e o sétimo no total, sendo o primeiro no segundo mandato de Trump.

O encontro teve troca de elogios e presentes. Putin afirmou que, se Trump fosse presidente, a Rússia não teria invadido a Ucrânia. Analistas lembram que, desde 2014, com a anexação da Crimeia, a Rússia já mantém ações militares no leste ucraniano, independentemente da presidência americana.

Trump e Putin encerraram o encontro sugerindo nova reunião. “Provavelmente nos veremos novamente em breve”, disse Trump. “Da próxima vez, em Moscou”, respondeu Putin, em inglês, indicando que o diálogo sobre a Ucrânia deve continuar.

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