
Durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), realizada na Malásia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (27) que teve uma “boa reunião” com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e deixou em aberto a possibilidade de um futuro acordo comercial entre os dois países.
“Tivemos uma boa reunião. Vamos ver o que acontece. Não sei se algo vai acontecer, mas vamos ver. Eles gostariam de fechar um acordo. Vamos ver. No momento, eles estão pagando, acho, uma tarifa de 50%. Mas tivemos uma ótima reunião”, declarou Trump a jornalistas após o encontro.
O presidente americano também aproveitou a ocasião para parabenizar Lula pelo aniversário. “Feliz aniversário ao presidente, ok? Hoje é o aniversário dele, você sabia disso? Ele é um sujeito muito vigoroso, na verdade, e fiquei muito impressionado”, afirmou, em tom descontraído.
Horas mais tarde, ao deixar o hotel onde está hospedado, Lula confirmou a boa disposição entre os dois líderes e destacou a abertura de um canal direto para negociações. “Estabelecemos uma regra de negociação: toda vez que tiver uma dificuldade, eu vou conversar pessoalmente com ele. Ele tem o meu telefone e eu tenho o telefone dele”, disse o presidente brasileiro.
Lula também agradeceu as felicitações pelo aniversário: “Eu vi a mensagem. Agradeço”, respondeu de forma breve ao ser questionado por jornalistas.
Mais cedo, em uma coletiva de imprensa, Lula já havia demonstrado otimismo sobre a possibilidade de suspensão das tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros. “Estou convencido de que, em poucos dias, teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil para que a vida siga boa e alegre, do jeito que dizia o Gonzaguinha na sua música”, afirmou, citando o compositor brasileiro.
As tarifas americanas, de até 50% sobre produtos como café, carne bovina e frutas, são alvo de críticas do governo brasileiro, que busca a sua revogação como forma de destravar o comércio entre os dois países e impulsionar as exportações do agronegócio nacional.
A fala de Trump reforça o tom de cordialidade e disposição política para avanço no diálogo bilateral, ao passo que o governo brasileiro aposta na via diplomática para resolver a questão com agilidade.
