
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ter mantido uma conversa telefônica “boa e muito produtiva” com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, antes de se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro entre Trump e o líder ucraniano ocorre neste domingo, 28, em meio às tentativas de costurar um acordo que encerre a guerra iniciada com a invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022.
A reunião está marcada para as 15h (horário de Brasília) e será realizada na principal sala de jantar de Mar-a-Lago, clube privado de Trump em Palm Beach, na Flórida. O presidente americano informou, por meio de publicação na rede Truth Social, que a imprensa foi convidada a acompanhar o encontro.
Segundo Zelensky, a conversa com Trump deve abordar temas considerados centrais para qualquer avanço diplomático, como garantias de segurança, acordos econômicos e questões territoriais. Entre os pontos mais sensíveis está o futuro da região de Donbass, no leste da Ucrânia, área que segue no centro do impasse entre Kiev e Moscou.
Escalada militar às vésperas da reunião
O encontro acontece após dias de intensificação dos ataques russos à capital ucraniana. Moscou utilizou mísseis e drones contra Kiev, em ações interpretadas como tentativa de pressionar o governo ucraniano antes das negociações.
Em publicação feita no sábado, 27, na rede X, Zelensky afirmou que o país está disposto a avançar em busca do fim do conflito. “A Ucrânia está disposta a fazer o que for necessário para parar esta guerra. Precisamos ser fortes na mesa de negociações”, escreveu.
Antes de viajar para os Estados Unidos, o presidente ucraniano também se reuniu com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, em agenda que fez parte das articulações diplomáticas que antecedem o encontro com Trump.
Críticas à ONU e atuação dos EUA
Na mesma publicação em que comentou a ligação com Putin, Trump voltou a criticar a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) na mediação de conflitos internacionais. Segundo ele, os Estados Unidos “talvez” tenham se tornado a verdadeira ONU, ao citar a interrupção ou redução de confrontos armados nos últimos 11 meses por iniciativa do Executivo americano.
O republicano mencionou, como exemplo, o acordo que teria levado à interrupção momentânea dos confrontos entre Tailândia e Camboja. “Eles voltarão a viver em paz, conforme nosso tratado original recentemente acordado”, escreveu.
Trump também afirmou que a ONU tem sido pouco eficaz na resolução de crises internacionais, incluindo o conflito entre Rússia e Ucrânia. Para ele, o organismo internacional deveria se envolver de forma mais direta na promoção da paz mundial.
Expectativa por avanços
A reunião entre Trump e Zelensky é vista como mais um passo nas tentativas de mediação conduzidas pelos Estados Unidos. Apesar do tom otimista adotado pelo presidente americano ao comentar a conversa com Putin, não há detalhes públicos sobre os termos discutidos com o líder russo.
O encontro deste domingo deve indicar se há espaço para avanços concretos nas negociações ou se as divergências, especialmente sobre territórios e garantias de segurança, seguirão como entraves centrais para o fim da guerra.

