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INTERNACIONAL

'Se eles não se desarmarem, nós os desarmaremos', diz Trump sobre o Hamas

Presidente dos EUA defende desarmamento forçado do grupo terrorista, mas Hamas rejeita proposta e situação em Gaza segue instável

14 outubro 2025 - 20h00Redação
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - ( Foto: Christopher Furlong/POOL/AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 14, que o Hamas será desarmado à força caso não entregue voluntariamente suas armas. A declaração, feita na Casa Branca, marca o início da segunda fase do plano de paz para Gaza, que já enfrenta resistência por parte do grupo palestino.

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"Se eles não se desarmarem, nós os desarmaremos. E isso acontecerá rapidamente e, talvez, violentamente", disse Trump, poucos dias após sua visita ao Oriente Médio, onde participou de reuniões para celebrar o cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

A proposta de desarmamento foi imediatamente rebatida por um dos líderes do grupo. Em entrevista à agência AFP, sob anonimato, um representante do Hamas afirmou que a entrega de armas está "fora de discussão e não é negociável".

Especialistas também veem com ceticismo a possibilidade de o Hamas aceitar a proposta americana. Para o analista Michael Milshtein, chefe do Fórum de Estudos Palestinos da Universidade de Tel-Aviv, o grupo não pretende encerrar suas atividades armadas. “O Hamas diz que Deus está com aqueles que são pacientes. Eles sabem que agora é um momento de contenção, mas vão voltar no futuro”, disse ao Estadão.

Além do impasse político, a situação em Gaza voltou a se agravar. Nesta terça-feira, o governo de Israel anunciou que vai reduzir pela metade a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. A medida foi tomada após o Hamas ter entregue apenas quatro corpos de reféns israelenses na segunda-feira, 13, contrariando o acordo de cessar-fogo, que previa a devolução de todos os corpos.

O Hamas justificou que enfrenta dificuldades para localizar os restos mortais devido à destruição provocada pelos bombardeios. Mesmo assim, informou aos mediadores que pretende transferir mais quatro corpos ainda nesta terça-feira, às 22h no horário local (16h em Brasília). Segundo o Canal 12 de Israel, outros quatro corpos deverão ser entregues na quarta-feira, 15.

Em publicação na rede Truth Social, Trump cobrou a libertação de todos os corpos e informou que as negociações para a nova etapa do plano de paz já estão em andamento. A proposta norte-americana inclui não apenas o cessar-fogo e a troca de reféns, mas também a exigência do desarmamento do Hamas como etapa final do processo.

A ameaça de ação militar direta, no entanto, levanta dúvidas sobre a viabilidade e as consequências de uma medida tão extrema. Um eventual confronto direto entre os Estados Unidos e o Hamas poderia gerar instabilidade regional ainda maior, afetando diretamente países vizinhos e civis palestinos já fragilizados pela guerra.

A redução da ajuda humanitária, por sua vez, aumenta o sofrimento da população de Gaza. Organizações humanitárias alertam para a escassez de alimentos, água potável e medicamentos. A vinculação da ajuda ao cumprimento do acordo reforça o caráter delicado das negociações e amplia a pressão sobre o Hamas.

A situação expõe os limites das soluções diplomáticas em uma região marcada por décadas de conflito. A segunda fase do plano de Trump pretende estabelecer bases para uma paz duradoura, mas o impasse sobre o desarmamento do Hamas e a frágil execução do cessar-fogo colocam o sucesso da proposta em xeque.

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