
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encerrou nesta quinta-feira (18) sua visita oficial ao Reino Unido com anúncios de acordos empresariais e promessas de cooperação bilateral, especialmente nas áreas de energia e investimento. A viagem teve como ponto alto o encontro com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, em Londres.

Apesar das diferenças políticas entre os dois líderes, principalmente em temas como clima e política externa, eles firmaram compromissos importantes. Entre eles, um acordo conjunto para a expansão de usinas nucleares no Reino Unido, com promessas de acelerar os trâmites regulatórios nos dois países.
Durante a reunião, também foram anunciados investimentos superiores a US$ 200 bilhões por empresas americanas como Microsoft, OpenAI e Blackstone no Reino Unido. Em contrapartida, companhias britânicas, como a farmacêutica GSK, se comprometeram a aplicar recursos nos EUA. O governo britânico considerou os acordos uma vitória política e econômica.
A visita de Trump teve forte apelo simbólico. Na noite de quarta-feira (17), ele foi recebido com um jantar de gala no Castelo de Windsor, onde também passou a noite. Foi a segunda visita de Estado de Trump ao país, o que ele classificou como “a maior honra de sua vida”. Após o evento, o republicano elogiou a família real e chamou o rei Charles III de “grande cavalheiro e grande rei”.
Segundo a imprensa britânica, o primeiro-ministro levantou assuntos delicados como a guerra na Ucrânia, o conflito em Gaza e o comércio internacional. Detalhes da conversa devem ser esclarecidos em entrevista coletiva ainda nesta tarde.
Enquanto Trump era recepcionado com pompa no castelo, milhares de manifestantes tomaram as ruas do centro de Londres. Os protestos, organizados por movimentos sociais, sindicatos e grupos ativistas, criticaram a visita do ex-presidente e denunciaram discursos de ódio e racismo.
Cartazes com frases como “Trump na prisão” e “Fora Trump” dominaram a cena nas imediações do Oxford Circus. A rejeição a Trump no Reino Unido é alta, segundo pesquisas recentes.
Outro ponto controverso foi a lembrança da relação entre Trump e Jeffrey Epstein. Um grupo projetou imagens dos dois em uma torre do Castelo de Windsor na noite de terça-feira (16), em protesto contra o histórico do republicano com o milionário envolvido em casos de abuso sexual. A polícia prendeu quatro pessoas pela ação.
Além disso, na semana passada, Starmer demitiu o embaixador britânico em Washington, Peter Mandelson, após revelações sobre seus vínculos com Epstein.
A visita é parte de uma estratégia do governo britânico para manter diálogo com Trump, nome forte da política americana e influente no cenário global. A aproximação busca preservar laços econômicos e diplomáticos caso o republicano retorne à presidência dos Estados Unidos.
