
Enviado especial a Kuala Lumpur — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou neste sábado (25) que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua viagem à Malásia. O norte-americano afirmou que pode reduzir as tarifas de importação impostas ao Brasil, atualmente em 50%, “sob determinadas condições”.
Esta é a primeira vez que Trump admite publicamente a possibilidade de fazer concessões em relação ao chamado “tarifaço”, adotado em julho por motivos políticos. No entanto, ele não detalhou quais seriam as exigências para um eventual acordo.
“Acredito que vamos nos reunir, sim”, disse Trump a jornalistas a bordo do Air Force One, o avião presidencial americano. “Sim, sob as circunstâncias certas, seguramente”, completou, ao ser questionado sobre a possibilidade de revisar as tarifas.
Segundo a Casa Branca, o áudio da conversa foi divulgado à imprensa que acompanha a viagem presidencial. Trump também lembrou de uma conversa breve com Lula nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, no mês de setembro.
Ainda neste sábado (25), o presidente Lula afirmou, em coletiva na Malásia, que o governo brasileiro não recebeu nenhuma exigência formal de Trump para negociar a redução das tarifas.
“Não tem exigência dele (Trump) e não tem exigência minha ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução. Pode ficar certo que vai ter uma solução”, declarou o presidente brasileiro.
O petista reconheceu, porém, que um acordo imediato é improvável e pode demandar novas rodadas de negociação. “Vamos conversar sobre tudo, sem veto a nenhum tema. Mas o entendimento pode levar tempo”, afirmou.
Entre os principais pedidos de Lula estão a revogação do tarifaço de 40% a 50% sobre produtos brasileiros e a suspensão das sanções a autoridades nacionais, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal e integrantes do Executivo.
A reunião entre Lula e Trump está marcada para o fim da tarde de domingo (26), em Kuala Lumpur, capital administrativa da Malásia. O encontro ocorre à margem da agenda de Lula no país, que inclui reuniões com empresários locais e representantes da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático).
A expectativa é que a conversa sirva como primeiro passo para destravar o diálogo diplomático e reduzir as tensões comerciais entre os dois países.

