O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta semana que conseguiria tornar Chicago uma cidade “completamente segura” em até quatro semanas, caso fosse autorizado a enviar a Guarda Nacional para atuar na região. A declaração foi feita durante a tradicional cerimônia de perdão aos perus, realizada na Casa Branca antes do feriado de Ação de Graças.
Em tom agressivo, Trump voltou a criticar a liderança local. Chamou o prefeito de Chicago de ter “QI baixo” e de ser “incompetente”, além de se referir ao governador de Illinois como um “gordo desleixado”. “Nós poderíamos transformar Chicago em uma cidade segura em um período de quatro semanas. Em oito, nove ou 10 semanas, ela seria completamente segura. E as pessoas de Chicago querem que a gente vá até lá”, declarou o presidente.
A fala ocorre em meio a um impasse entre a Casa Branca e as lideranças municipais e estaduais de Illinois. Em outubro, uma ação judicial impediu que tropas da Guarda Nacional fossem enviadas à cidade. A medida judicial travou o plano do governo Trump de mobilizar cerca de 300 soldados para reforçar a segurança em áreas consideradas críticas.
Desde então, o presidente tem insistido em afirmar que a criminalidade em Chicago está fora de controle e que a intervenção federal seria necessária. Já as autoridades locais argumentam que a presença das forças armadas nas ruas poderia agravar tensões sociais e piorar a relação entre a comunidade e as instituições públicas.
As declarações de Trump também são vistas como parte de sua estratégia de campanha, baseada em um discurso de “lei e ordem”. A cidade de Chicago, tradicionalmente democrata, tem sido usada como símbolo por Trump para criticar a gestão de opositores e justificar suas propostas de endurecimento na segurança pública.
Especialistas políticos avaliam que o tom usado pelo presidente na cerimônia, que deveria ser simbólica e leve, reforça a polarização que marca o cenário político norte-americano. O uso de insultos pessoais contra adversários tem sido uma constante no discurso de Trump, mesmo em eventos institucionais.
Apesar da pressão da Casa Branca, lideranças de Chicago já declararam publicamente que rejeitam o envio de tropas federais. Prefeitos, vereadores e representantes comunitários têm defendido políticas de segurança baseadas na reestruturação social, no investimento em educação e saúde e no combate à desigualdade.
Chicago enfrenta, de fato, desafios relacionados à violência urbana, mas lideranças locais afirmam que os números vêm sendo combatidos com medidas integradas, e não com presença ostensiva de forças militares.
Até o momento, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos não confirmou qualquer novo pedido formal de mobilização da Guarda Nacional para Chicago.
