
Nesta quinta-feira (18), o Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul marcou uma nova audiência de conciliação entre o sindicato dos motoristas e o Consórcio Guaicurus. O encontro acontece às 13h30, com presença restrita a representantes legais das partes, em mais um capítulo da greve que paralisou o transporte coletivo de Campo Grande.
A decisão foi assinada pelo desembargador César Palumbo Fernandes. No despacho, ele determinou a realização da audiência de conciliação ainda nesta quinta-feira, com participação limitada a procuradores e prepostos das entidades envolvidas.
Enquanto isso, os ônibus começaram a voltar às ruas de forma gradual. O retorno ocorre após um acordo entre a Prefeitura de Campo Grande e o Governo do Estado, que definiu a antecipação de recursos de um convênio estadual para custear o passe estudantil. A medida abriu caminho para o encerramento da paralisação, considerada a maior dos últimos 31 anos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, Demétrio Freitas, a retomada do serviço exige organização logística, mas a expectativa é de normalização completa já na sexta-feira. “Com o anúncio do pagamento, volta de forma gradual, mas amanhã é certeza que todos estarão rodando”, afirmou.
Apesar do avanço, o clima entre os trabalhadores ainda é de cautela. Demétrio relatou que o sindicato teme novos atrasos salariais e pretende reforçar, na audiência, a cobrança para que o consórcio regularize os pagamentos pendentes. “A incerteza continua, com o pagamento do mês de janeiro”, disse.
O acordo que permitiu o fim da greve envolve a antecipação de parcelas de um convênio firmado entre o Governo do Estado e a Prefeitura. Em junho de 2025, foi assinado um termo no valor de 13,4 milhões de reais para custear o transporte de estudantes da Rede Estadual de Ensino. Esse recurso integra o conjunto de medidas de apoio ao Consórcio Guaicurus, que desde 2022 recebe subsídios municipais e alega dificuldades financeiras.
O convênio previa o repasse em quatro parcelas. De acordo com a Prefeitura, o Município está em dia com suas obrigações e restava apenas uma parcela do convênio estadual, válido até junho de 2026. Com a antecipação autorizada pelo Estado, serão repassados 3,3 milhões de reais ao Município, que fará o pagamento ao consórcio.
A prefeita Adriane Lopes afirmou que, com o recurso disponível, não há motivo para a paralisação continuar. Segundo ela, o desfecho agora depende apenas da empresa responsável pelo transporte coletivo.

