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CONSTRANGIMENTO

Trote na UFMS e o gosto duvidoso das tradições acadêmicas

Vídeos mostram calouros passando por rituais com genitália de vaca e pé de frango

10 março 2025 - 20h51Da Redação

A cena, para quem vê de fora, parece coisa de um filme surrealista: um grupo de estudantes de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) incentiva os calouros a encostarem a boca na genitália de uma vaca morta. Perto dali, em uma caixa térmica, repousa um testículo de boi. Em outro vídeo, futuros médicos passam um pé de frango de boca em boca, ajoelhados. O que, exatamente, essas tradições universitárias pretendem ensinar ainda é um mistério.

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As imagens foram publicadas pelos próprios acadêmicos nas redes sociais, mas rapidamente apagadas após a repercussão interna. Segundo uma veterana que acompanhou o trote – e pediu para não ser identificada –, o caso já foi denunciado à ouvidoria da UFMS.

Entre tradição e constrangimento - Trotes universitários há muito tempo caminham na linha tênue entre "rito de passagem" e "constrangimento coletivo". Para os veteranos, a ideia é testar os calouros, submetê-los a situações que reforcem o espírito de grupo. Para os que assistem, fica a dúvida: até onde vai o limite entre a brincadeira e o absurdo?

Esse não foi o único episódio polêmico na recepção de calouros da UFMS este ano. Mais cedo, circulou um vídeo de integrantes da Atlética Pintada, do curso de Medicina, queimando a bandeira da Bateria Hematoma, da Uniderp, com sinalizadores acesos.

A UFMS ainda não se pronunciou oficialmente sobre os episódios. Mas, entre os estudantes, a discussão continua: até quando certos trotes continuarão sendo tratados como tradição e não como um problema?

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