
O que era uma forte chuva virou um dos piores temporais já registrados em Rio Bonito do Iguaçu (PR). Em poucos minutos, ventos acima de 250 km/h destruíram casas, arrancaram árvores e deixaram a cidade em ruínas. “Não deu tempo de nada. Deu cinco minutos e eu não tinha mais nada”, conta a aposentada Luiza Velozo, que perdeu a casa onde morava com o marido, Jefferson.
Segundo a Defesa Civil, o tornado, que atingiu o município na sexta-feira (7), deixou seis mortos, 773 feridos e cerca de quatro mil pessoas afetadas. O governador Ratinho Junior (PSD) decretou luto oficial de três dias em memória das vítimas.
Luiza lembra que o marido a empurrou para debaixo da cama segundos antes da casa desabar. “Ouvi ele gritar, perguntando se eu estava viva”, conta. O casal foi resgatado por um vizinho ferido, que ainda ajudou a salvar outra moradora gravemente machucada.
A filha de Luiza, Fabíola dos Santos, também viveu o pânico. “Meu marido dizia ‘vamos embora’, mas eu só gritava pela minha mãe”, relembra, enquanto observava as ruínas do que restou da casa.
Em outra parte do bairro, o jovem Eduardo Enrique Zanotto se abrigou no banheiro com a mãe, Lenir, quando o vento arrancou o telhado da cozinha. O pai, Gilmar, foi arremessado junto com uma mesa. Ele teve uma perna quebrada e o braço perfurado, mas sobreviveu. “Só sobraram as paredes do banheiro e alguns eletrodomésticos”, resume Eduardo.
As vítimas confirmadas pela Defesa Civil são Adriane Maria de Moura (47), Julia Kwapis (14), Claudino Paulino Risse (57), José Gieteski (83), José Neri Geremias (53) e Jurandir Nogueira Ferreira (49). Ao menos 19 casas foram completamente destruídas e dezenas de famílias permanecem desalojadas.
O governo estadual, o governo federal e a prefeitura trabalham em conjunto no atendimento emergencial e na reconstrução das áreas mais atingidas. “Agora temos que ver como seguir, mas o importante é que estamos vivos”, diz Eduardo, enquanto tenta reorganizar a vida com os pais.

