
Uma tiktoker americana conhecida como Tea Tyme foi presa nesta terça-feira (23) acusada de atropelar e matar um homem enquanto fazia uma transmissão ao vivo no TikTok. O caso ocorreu no dia 3 de novembro, na cidade de Zion, na região metropolitana de Chicago, nos Estados Unidos, segundo informações do jornal britânico The Guardian.
A criadora de conteúdo é Tynesha McCarty-Wroten, de 43 anos. De acordo com registros da prisão, ela responde por homicídio culposo e uso agravado de dispositivo de comunicação resultando em morte. A tiktoker está detida sem direito a fiança.
Imagens da transmissão ao vivo mostram Tynesha dirigindo quando um forte impacto é ouvido. Logo em seguida, ela grita: “Merda. Acabei de atropelar alguém”. No vídeo, também é possível ouvir uma criança, que estava no veículo, perguntando repetidamente “o que foi isso?”, antes de a live ser encerrada abruptamente.
A vítima foi identificada como Darren Lucas, de 59 anos. Segundo o Departamento de Polícia de Zion, ele retornava do trabalho para casa quando foi atingido. Lucas chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Após o atropelamento, Tynesha acionou a polícia e permaneceu no local até a chegada das autoridades. Inicialmente, ela alegou que o semáforo estava verde e que não conseguiu frear a tempo quando o homem atravessou à sua frente. Ainda segundo a polícia, ela se recusou a permitir o acesso ao celular no momento da ocorrência, conforme informou a NBC News.
Testes descartaram o uso de álcool ou drogas, e, em um primeiro momento, a tiktoker foi liberada sem acusações. No entanto, imagens de câmeras de vigilância analisadas posteriormente mostraram que o sinal estava vermelho para os veículos, e que a vítima atravessava com prioridade, contrariando a versão apresentada pela motorista.
Durante a investigação, a polícia confirmou que Tynesha utilizava o celular no momento do atropelamento e que havia uma criança de 8 anos no carro. A partir dessas novas evidências, o caso foi reavaliado e resultou na prisão da influenciadora.
“A família e eu estamos felizes em ver a justiça sendo feita”, afirmou Chris King, genro da vítima, em entrevista ao The Guardian após a detenção.
Denúncias nas redes sociais
Nos dias seguintes ao acidente, usuários do TikTok entraram em contato com a polícia para informar sobre a existência do vídeo da transmissão ao vivo feita enquanto Tynesha dirigia. Segundo a corporação, essas denúncias foram fundamentais para o avanço das investigações.
Durante esse período, a criadora de conteúdo também passou a pedir doações nas redes sociais, alegando precisar de recursos para tirar uma “licença voltada à saúde mental”. A atitude gerou críticas e revolta nos comentários.
O TikTok proíbe transmissões ao vivo enquanto o usuário está dirigindo. No entanto, segundo as autoridades, a influenciadora teria utilizado o recurso de tela verde do aplicativo, que permite contornar mecanismos de segurança, prática que estaria sendo usada no momento do atropelamento.
O caso segue sob responsabilidade da Justiça americana.

