
Um terremoto de magnitude 8,8 registrado na costa da Rússia na madrugada de quarta-feira (horário local) acendeu o alerta para moradores de diversas regiões banhadas pelo Oceano Pacífico. O tremor ocorreu próximo à Península de Kamchatka e provocou alertas de tsunami em países como Estados Unidos, Japão, México e até regiões insulares do Alasca e do Havaí.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o terremoto é considerado um dos mais potentes dos últimos tempos. Dave Snider, coordenador do Centro Nacional de Alerta de Tsunamis do Alasca, classificou o episódio como “um evento geológico significativo” e “absolutamente notável”.
Além do impacto sísmico, o principal risco agora é o surgimento de ondas com potencial destrutivo, o que levou autoridades de vários países a mobilizar sistemas de emergência e emitir alertas para populações costeiras.
Tsunami: o que é e por que assusta tanto - Tsunamis são ondas provocadas por movimentos bruscos no fundo do mar, geralmente causados por terremotos, erupções vulcânicas ou deslizamentos submarinos. A movimentação repentina da crosta oceânica desloca grandes volumes de água, criando ondas que podem cruzar oceanos inteiros a velocidades equivalentes a um avião comercial.
Essas ondas costumam parecer uma maré que sobe rapidamente, mas seu poder destrutivo é enorme, principalmente quando atingem áreas costeiras rasas. À medida que se aproximam do litoral, diminuem de velocidade e aumentam de altura, o que amplia o risco de inundações.
“Alguns tsunamis são pequenos e quase imperceptíveis. Outros, no entanto, têm força suficiente para devastar comunidades inteiras”, explicou Snider.
O alerta de tsunami foi acionado para o Havaí, Alasca e toda a costa oeste dos Estados Unidos, incluindo regiões da Califórnia, Oregon e Washington. No Canadá, a Colúmbia Britânica também foi colocada em atenção. O Japão, por sua vez, identificou a chegada de ondas nas regiões de Hokkaido, Ibaraki, Chiba e Ishinomaki. No México, a Marinha alertou para ondas entre 30 cm e 1 metro em sua costa.
O Pacific Tsunami Warning Center, com sede em Honolulu, informou que as primeiras ondas atingiriam o Havaí após as 19h (horário local), com possibilidade de danos em todas as ilhas do arquipélago. Sirenes de evacuação foram acionadas em diversas comunidades.
Na Califórnia, a cidade de Crescent City se preparou para ondas de até 1,7 metro, e o estado do Oregon orientou moradores e turistas a evitarem praias, marinas e áreas costeiras. O departamento local de emergências alertou que “correntes perigosas e ondas fortes podem representar risco mesmo em um tsunami de menor escala”.
Evacuações e orientações - Diante da possibilidade de impacto, as autoridades pedem que moradores de áreas de risco se desloquem para regiões mais altas e seguras. No Havaí, por exemplo, a recomendação é que pessoas em zonas de evacuação saiam imediatamente com seus kits de emergência e se afastem de marinas, rios e regiões costeiras.
Em locais com edifícios mais altos, como áreas urbanas, a orientação é subir pelo menos até o quarto andar de prédios com dez andares ou mais. Em algumas comunidades, escolas e centros públicos são usados como pontos de encontro seguros.
Nos EUA, o Serviço Nacional de Meteorologia utiliza três níveis de alerta:
Aviso: tsunami com potencial de causar inundações graves; evacuação recomendada.
Alerta: risco de correntes fortes e ondas perigosas; evitar praias e margens.
Vigilância: possibilidade de tsunami; população deve acompanhar as atualizações.
Ondas com menos de 30 centímetros acima do nível normal foram observadas em Amchitka e Adak, no Alasca, segundo o Centro Nacional de Alerta. No Japão, imagens da TV pública NHK mostraram a chegada de ondas menores em diversas regiões. Em Ishinomaki, uma onda de 50 cm foi registrada.
A expectativa é que os impactos se espalhem por várias horas ou até mais de um dia em áreas como as Ilhas Aleutas, onde vivem cerca de 70 pessoas. Autoridades locais seguem monitorando o avanço das ondas e reforçam os pedidos de precaução.
Tsunami pode levar horas para cruzar o oceano - O tempo que uma onda leva para atingir a costa depende da distância em relação ao epicentro do terremoto. Regiões próximas podem ser atingidas em poucos minutos, enquanto áreas mais distantes, como o Havaí ou a costa oeste americana, podem sentir os efeitos horas depois.
A profundidade do oceano também influencia: quanto mais profundo o mar, mais rápido as ondas se movem. Em águas rasas, a velocidade diminui, mas o volume da onda cresce, o que amplia o potencial destrutivo.
