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INTERNACIONAL

Terremoto de 8,8 na Rússia provoca tsunami no Pacífico e alerta global de risco costeiro

Epicentro foi na Península de Kamchatka; ondas atingiram Japão e Ilhas Curilas, e alertas foram emitidos em diversos países da bacia do Pacífico

30 julho 2025 - 06h32
As autoridades japonesas advertiram para o risco de um tsunami de um metro atingir o litoral do país
As autoridades japonesas advertiram para o risco de um tsunami de um metro atingir o litoral do país - (Foto: Reprodução USGS)

Um poderoso terremoto de magnitude 8,8 atingiu o extremo leste da Rússia na manhã desta quarta-feira (30, pelo horário local), provocando um tsunami no norte do Oceano Pacífico e acendendo alertas de risco em várias regiões costeiras. O epicentro do tremor foi registrado na Península de Kamchatka, uma das áreas mais sismicamente ativas do planeta.

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O tremor causou danos estruturais e interrupções nos serviços de energia elétrica e telefonia móvel na cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, capital regional. De acordo com autoridades locais, não há registros de feridos graves até o momento.

O fenômeno sísmico é o mais intenso registrado no mundo desde 2011, quando um terremoto de magnitude 9,0 atingiu o Japão, resultando em um devastador tsunami e no colapso da usina nuclear de Fukushima.

Após o terremoto, ondas com cerca de 40 centímetros atingiram a costa da ilha japonesa de Hokkaido, ao norte do país. O governo japonês ativou seus sistemas de monitoramento e emergência, mas não houve registro de danos ou vítimas.

As Ilhas Curilas, território russo entre Kamchatka e Hokkaido, também foram afetadas pelo tsunami. Equipes de resgate foram deslocadas para áreas costeiras em alerta, e a movimentação da água permanece sob observação.

As autoridades também emitiram alertas de tsunami para diversas áreas ao redor da bacia do Pacífico, incluindo:

  • Alasca e Havaí (EUA)

  • Costa oeste dos Estados Unidos e do Canadá

  • Nova Zelândia

Centros de monitoramento sísmico, como o Pacific Tsunami Warning Center, acompanham em tempo real a movimentação das ondas, que podem levar horas para atingir outras regiões.

Em nota, o USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos) classificou o terremoto como "extremamente significativo", ressaltando a profundidade do epicentro como fator de possível mitigação dos danos, ainda que o risco de tsunami continue alto.

O governo russo mobilizou agências de emergência para responder a possíveis impactos secundários, como deslizamentos de terra, incêndios causados por rompimento de estruturas e interrupções em serviços essenciais. Autoridades pedem que moradores das áreas costeiras permaneçam em locais seguros até que todos os alertas sejam suspensos.

Especialistas lembram que um terremoto de magnitude semelhante ou superior ao registrado nesta quarta só havia ocorrido em 2011, no nordeste do Japão. Naquele episódio, o tsunami gerado causou mais de 18 mil mortes e levou ao pior desastre nuclear desde Chernobyl, em 1986.

A atual magnitude de 8,8 coloca o tremor entre os maiores já registrados nas últimas décadas, embora a localização em uma área menos densamente habitada tenha, até o momento, reduzido o número de vítimas e os danos materiais mais severos.

A resposta rápida das autoridades, aliada aos sistemas internacionais de monitoramento e alerta de tsunamis, ajudou a conter os efeitos do desastre em potencial. Países com histórico de abalos sísmicos, como Japão e Nova Zelândia, mantêm estruturas altamente preparadas para responder a esse tipo de emergência.

Ainda assim, os cientistas alertam que terremotos dessa magnitude demonstram o comportamento ativo da crosta terrestre na região do Anel de Fogo do Pacífico, faixa geológica que concentra cerca de 90% dos terremotos do mundo.

Governos locais orientam moradores de áreas costeiras sob alerta a não retornarem para suas casas até a completa avaliação do risco. Em algumas regiões, ondas secundárias podem surgir horas após o tremor inicial.

Até o momento, não há confirmação de vítimas fatais ou desaparecidos, mas o número pode mudar conforme novas informações forem confirmadas por autoridades locais e internacionais.

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