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ROTA BIOCEÂNICA

Terceira expedição do Rila reforça potencial da Rota Bioceânica e mostra os desafios a superar

A expedição, que percorreu territórios do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, serviu como um "test drive" das condições atuais do corredor bioceânico, avaliando sua viabilidade e os desafios enfrentados

2 dezembro 2023 - 07h25Iury de Oliveira
A terceira expedição da Rota de Integração Latino-Americana (RILA) está programada para concluir neste sábado
A terceira expedição da Rota de Integração Latino-Americana (RILA) está programada para concluir neste sábado - (Foto: Divulgação)

A terceira expedição da Rota de Integração Latino-Americana (RILA) está programada para concluir neste sábado (2), marcando o retorno dos participantes a Campo Grande após uma jornada de mais de 5.000 quilômetros. A expedição, que percorreu territórios do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, serviu como um "test drive" das condições atuais do corredor bioceânico, avaliando sua viabilidade e os desafios enfrentados.

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Durante os oito dias de viagem pelos quatro países, os integrantes tiveram a oportunidade de reafirmar o potencial do corredor bioceânico em promover transformações econômicas e desenvolvimento sustentável nas regiões por onde passa. A expedição revelou um aumento na mobilização e esforço dessas nações para tornar o corredor uma realidade. Contudo, também evidenciou os obstáculos que ainda precisam ser superados.

Um dos principais desafios identificados é a necessidade de concluir a pavimentação de certos trechos da rota. No Paraguai, cerca de 220 quilômetros entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, na fronteira com a Argentina, ainda carecem de pavimentação – um projeto já licitado pelo governo paraguaio. Além disso, há 25 quilômetros em Misión La Paz, na Argentina, que também precisam de atenção. A falta de pavimentação desses trechos os torna vulneráveis às condições climáticas, como foi observado com a formação de atoleiros que impediram a passagem da expedição e o transporte da primeira exportação pelo corredor.

Expedição passou pela Companhia Portuária de Iquique, localizado na Região de Tarapacá, Chile.Expedição passou pela Companhia Portuária de Iquique, localizado na Região de Tarapacá, Chile.

Espera-se que o primeiro despacho de carga pelo corredor ocorra entre fevereiro e março de 2024, conforme previsto pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog/MS) e pelo governo do estado.

Outro avanço significativo é a construção da Ponte da Bioceânica, prevista para ser concluída até 2025. Esta ponte permitirá a travessia de todos os tipos de veículos, incluindo veículos de carga, sobre o rio Paraguai, entre Porto Murtinho, no Brasil, e Carmelo Peralta, no Paraguai. Atualmente, essa travessia é feita apenas por balsa.

Além dos desafios logísticos, a expedição também destacou a necessidade de uma maior integração e simplificação dos processos nas áreas de fronteira para facilitar o trânsito de pessoas e cargas. Por exemplo, no Paso Jama, entre Argentina e Chile, os integrantes da expedição enfrentaram mais de uma hora de espera para cumprir os trâmites burocráticos.

Em contrapartida, a expedição realçou as belezas naturais e a diversidade cultural dos países envolvidos, reforçando o potencial turístico da rota. As paisagens de Porto Murtinho, do Chaco paraguaio, das cidades argentinas, da Cordilheira dos Andes, dos desertos de sal, do Atacama e dos municípios costeiros chilenos, como Iquique, encantaram os participantes.

Durante os oito dias de viagem pelos quatro países, os integrantes tiveram a oportunidade de reafirmar o potencial do corredor bioceânico em promover transformações econômicas e desenvolvimento sustentável nas regiões por onde passaDurante os oito dias de viagem pelos quatro países, os integrantes tiveram a oportunidade de reafirmar o potencial do corredor bioceânico em promover transformações econômicas e desenvolvimento sustentável nas regiões por onde passa

O projeto também avançou em termos de integração entre os países. No 4º Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico Capricórnio, realizado em Iquique, representantes de diversas regiões ratificaram o compromisso de fortalecer o corredor. Durante o fórum, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, foi eleita presidente do Comitê Gestor dos Municípios da Rota Bioceânica, representando todas as cidades do corredor.

O grupo, que partiu de San Salvador de Jujuy na Argentina nesta sexta-feira (1º), percorreu 1.100 quilômetros até Assunção e retorna a Campo Grande neste sábado, concluindo assim esta etapa da expedição.

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