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Moradores de diversos municípios do interior de Mato Grosso do Sul relataram espanto nas redes sociais quando tempestades de areia se espalharam pelas localidades na tarde desta sexta-feira (15). Algumas imagens mostram até que, em algumas regiões, o acontecimento fez o dia praticamente virar noite por alguns instantes.

No interior do Estado, foram registradas rajadas de ventos de quase 100 km/h, segundo o meteorologista Natálio Abrahão, que também ressaltou sobre a visibilidade, que foi reduzida a 800 metros.
Na Capital, a ventania no meio da tarde derrubou árvores e placas, e deixou os olhos de muitas pessoas cobertos de poeira.
Moradores enviaram vídeos feito com o celular para o Portal A Crítica
Entenda o fenômeno - Tempestades assim são fenômenos conhecidos por meteorologistas, os quais a nomeia de haboob — Haboob, ou habub, em árabe significa “destruidor” ou “que vagueia”.
Tudo começa de jeito parecido com uma tempestade ‘normal’. Quando o ar frio desce em direção ao solo, com rajadas de vento muito rápidas. A diferença, no caso do haboob, é que esse vento arrasta uma quantidade enorme de poeira do chão.
Segundo o climatologista Alexandre Araújo Costa, essas tempestades têm relação, na maioria das vezes, com a presença nas proximidades de nuvens de tempestades. Essas nuvens, normalmente, produzem rajadas como mecanismos que envolvem o resfriamento do ar seco embaixo da base da nuvem, por conta da evaporação das gotas de chuva que estão caindo.
Esse ar que esfria rapidamente passa a ter movimento descendente, encontrando com a superfície. Com base em todas essas etapas, o processo é desviado de forma horizontal, gerando toda a ‘violência’, e produzindo uma frente de rajada. Contudo, na maioria das vezes, este fenômeno é violento devido duas questões: O que acontece com a superfície, caso encontre um solo úmido, ou um solo com vegetação, a própria dissipação da energia dos ventos, enfraquece as rajadas e limita o alcance desses ventos, diminuindo os impactos, fazendo com que este fenômeno seja mais ‘calmo’. Por outro lado, caso o processo encontre uma superfície desmatada, um solo nu e ressecado, a tendência é que ele levante grande quantidade de material de poeira, causando o temido fenômeno haboob ou tempestade de areia.
O que temos visto pelo Brasil, tem sido uma tendência ao agravamento das secas, e com isso a perda de vegetação, o que causa o cenário perfeito para a produção deste tipo de fenômeno, o qual deveria ser raro no nosso país. Entretanto, com o desmatamento e o avanço da crise climática, o processo se torna frequente, causando medo em alguns Estados brasileiros.
