
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pediu que a população economizasse água diante da queda nos níveis dos reservatórios e da estiagem prolongada que atingiu o Estado. O apelo foi feito após o aumento expressivo do consumo provocado pela onda de calor registrada nos últimos dias.
Em entrevista à CNN Brasil, Tarcísio afirmou que o momento exigia atenção e colaboração da população. “Todos precisam fazer a sua parte. É importante que a população utilize com consciência”, disse o governador.
Na quinta-feira (25), quando a capital paulista registrou 35,9 °C, o governo do Estado divulgou um alerta para redução imediata do consumo de água. A orientação foi para que os moradores adotassem medidas simples, como banhos mais curtos, evitar desperdícios e suspender o uso de água para fins não essenciais, como lavar calçadas, carros ou encher piscinas.
“O uso da água deve ser priorizado para alimentação e higiene pessoal. A colaboração da população é fundamental para garantir a regularidade do abastecimento”, informou o governo estadual em nota.
Nesta sexta-feira (26), Tarcísio reconheceu que, apesar dos investimentos em obras estruturais para reforçar a segurança hídrica, os efeitos dessas ações não resolviam o problema no curto prazo. “Há obras em curso, ligação de bacias, mas isso não basta. O que pudermos economizar será importante”, afirmou.
Consumo cresceu com onda de calor
Segundo dados do governo paulista, a onda de calor que atingiu o Estado desde a semana anterior provocou um aumento de até 60% no consumo de água. A Sabesp informou que, em algumas regiões, o uso elevado afetou diretamente o nível dos mananciais que abastecem a Grande São Paulo, resultando em interrupções no fornecimento em alguns bairros.
Atualmente, o Sistema Integrado Metropolitano (SIM), responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo e formado por sete mananciais, operava com 26,42% da capacidade total de armazenamento.
Dois dos principais sistemas do Estado, o Alto Tietê e o Sistema Cantareira, apresentavam volumes próximos de 20% da capacidade. Além disso, as chuvas continuaram abaixo da média histórica. Em novembro, o acumulado foi de 108,1 milímetros, enquanto a média esperada para o período é de 150,6 mm.
Desde agosto, o governo paulista, em parceria com a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), havia determinado a redução da pressão noturna da água na região metropolitana como forma de preservar os mananciais. Como medida preventiva, a Sabesp também reforçou o abastecimento com o uso de caminhões-pipa em áreas específicas.
Reclamações e resposta da Sabesp
Nas redes sociais da Sabesp, moradores relataram falta d’água e oscilações no fornecimento. Em nota, a companhia informou que registrou aumento expressivo no consumo em dias de calor intenso, o que provocou “oscilações pontuais no fornecimento e exigiu ajustes operacionais constantes”.
Segundo a empresa, as áreas mais altas da região metropolitana foram as mais afetadas, devido à menor pressão da rede. Já as regiões mais baixas continuaram sendo abastecidas normalmente.
A Sabesp informou ainda que, em dias de temperatura considerada normal, a produção média é de 66 mil litros de água por segundo. Durante a onda de calor, esse volume precisou ser elevado para cerca de 72 mil litros por segundo para tentar atender à demanda.

