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INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL

Spirulina do Pantanal vence prêmio de inovação e será usada na agricultura sustentável

Projeto transforma cianobactéria em bioestimulante agrícola; proposta venceu o Desafio Pantanal Tech 2025

22 agosto 2025 - 15h58Da Redação
Anúncio dos vencedores da segunda edição do Desafio Pantanal Tech ocorre em palco principal da Ruraltur MS, em Campo Grande
Anúncio dos vencedores da segunda edição do Desafio Pantanal Tech ocorre em palco principal da Ruraltur MS, em Campo Grande - Foto: Reprodução ASN
ENERGISA

Ontem à noite, quinta-feira (22) na Feira Central de Campo Grande, uma ideia simples e poderosa foi premiada: transformar a spirulina, uma alga do Pantanal, em produto para melhorar o solo das lavouras. O projeto, chamado Spirulina Bioativo Pantanal, venceu o Desafio Pantanal Tech 2025, competição promovida pelo Governo do Estado para apoiar pesquisas inovadoras em áreas como agricultura e meio ambiente.

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A pesquisa, liderada pela doutora em Aqüicultura Michelle Pinheiro Vetorelli, propõe o uso da spirulina, uma cianobactéria abundante nas lagoas salinas do Pantanal, como bioestimulante agrícola. Em vez de ser usada como suplemento humano, como já é comum, a alga é aplicada ao solo e às plantas, melhorando o rendimento das lavouras de forma natural e sustentável.

“Nossa solução é sustentável, acessível e regional”, resumiu Michelle no palco. O projeto, ainda em estágio de desenvolvimento, já tem um plano: a implantação de tanques de produção para testes em escala ampliada.

O reconhecimento veio do Desafio Pantanal Tech, uma iniciativa que une ciência, meio ambiente e mercado. Foram mais de 100 projetos inscritos em áreas como bioeconomia, biodiversidade e agronegócio. Dez finalistas apresentaram seus pitches — pequenas apresentações objetivas — à banca avaliadora. Todos receberão bolsas mensais de R$ 6,5 mil durante um ano, como incentivo à continuidade da pesquisa e desenvolvimento de negócios com base científica.

A spirulina levou o primeiro lugar. Mas não foi a única ideia premiada. Em segundo lugar, ficou o Smart Seed.IA, sistema que usa inteligência artificial para otimizar a produção de sementes. Em terceiro, a Marmos, tecnologia criada para avaliar carne bovina de acordo com padrões internacionais, ajudando na valorização da raça Nelore.

Durante o evento, representantes do Sebrae, da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino (Fundect) e da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) acompanharam as apresentações no palco montado dentro da Ruraltur MS. O tom era de entusiasmo, mas também de planejamento. O secretário-executivo Ricardo Senna falou da importância de apoiar as chamadas deep techs — startups que nascem dentro das universidades, com base em pesquisa robusta. “O desafio conecta o conhecimento à prática. É disso que a inovação precisa”, disse.

Com o prêmio, Michelle e sua equipe ganham mais do que o recurso financeiro: ganham tempo, estrutura e visibilidade para mostrar que o Pantanal pode, sim, ser uma fonte de soluções agrícolas modernas — sem deixar de ser Pantanal.

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