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VARIEDADES

Sophie Kinsella, autora de 'Becky Bloom', morre aos 55 anos em Londres

Escritora britânica lutava contra câncer no cérebro e ficou conhecida por redefinir o gênero da comédia romântica com mais de 45 milhões de livros vendidos

10 dezembro 2025 - 16h25Talita Facchini
Sophie Kinsella, autora de 'Becky Bloom', morre aos 55 anos após lutar contra câncer no cérebro.
Sophie Kinsella, autora de 'Becky Bloom', morre aos 55 anos após lutar contra câncer no cérebro. - (Foto: Imagem ilustrativa/A Crítica)

A escritora britânica Madeleine Wickham, conhecida mundialmente pelo pseudônimo Sophie Kinsella, morreu aos 55 anos em Londres. O falecimento foi confirmado nesta semana por sua família à BBC e também pelas redes sociais oficiais da autora, que destacou que ela “partiu em paz, cercada por seus verdadeiros amores: família, música, carinho, Natal e alegria”.

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Em 2022, Kinsella recebeu o diagnóstico de um glioblastoma, um tipo agressivo de câncer no cérebro. Desde então, passou por cirurgia, radioterapia e sessões de quimioterapia. Mesmo enfrentando o tratamento, seguiu escrevendo — e lançou, em fevereiro de 2025, sua última obra: Como é para você?, um romance semificcional baseado em sua experiência com a doença.

“Sou uma criatura reservada, então pode parecer estranho que eu tenha revelado para o mundo tantas coisas pessoais. Mas sempre processei minha vida através da escrita. Escondida atrás de personagens fictícias, transformei minha história em narrativas. É esse o meu jeito de fazer terapia, acho”, escreveu Kinsella na apresentação do livro. “A história da Eve é a minha história.”

Referência mundial na literatura feminina - Autora de mais de 30 livros traduzidos para dezenas de idiomas, Sophie Kinsella marcou profundamente a literatura contemporânea com sua combinação de leveza, humor e crítica social. O grande sucesso veio em 2000 com Os delírios de consumo de Becky Bloom (Editora Record), que apresentou ao mundo a personagem Becky Bloomwood — uma jornalista financeira com hábitos de consumo descontrolados e uma vida amorosa cheia de confusões.

O livro, que vendeu mais de 45 milhões de cópias em todo o mundo, foi adaptado para o cinema em 2009 com a atriz Isla Fisher no papel principal. A produção levou o nome Delírios de consumo de Becky Bloom para as telonas e ampliou ainda mais o alcance da autora entre o público jovem e feminino.

Além da saga Becky Bloom, Kinsella também publicou obras como À procura de Audrey e Becky Bloom em Hollywood. Em 2015, esteve no Brasil como uma das atrações da Bienal do Livro Rio, onde atraiu fãs para sessões de autógrafos e bate-papos sobre literatura e criatividade.

Madeleine Wickham nasceu em Londres, em 1969, e formou-se em música no prestigiado New College, em Oxford. Mais tarde, voltou-se para os estudos de filosofia, política e economia. Aos 24 anos, publicou seu primeiro romance sob o nome de casada — que não chegou a ser editado no Brasil.

O pseudônimo Sophie Kinsella passou a ser adotado com o lançamento de sua série mais famosa e se tornou a marca de uma carreira voltada à literatura de entretenimento com profundidade emocional. Especialistas consideram que Kinsella ajudou a redefinir o gênero chick lit — a chamada literatura feminina contemporânea — ao trazer protagonistas imperfeitas, fortes e humanas para o centro das narrativas.

Mesmo ao lidar com temas densos, como depressão, ansiedade e, mais recentemente, o câncer, a escritora manteve um tom acolhedor e irônico em suas obras. Essa combinação, segundo leitores e críticos, fez com que sua escrita fosse facilmente identificável e profundamente conectada às experiências da vida real.

Legado literário e humano - A morte de Sophie Kinsella deixa uma lacuna no cenário da literatura internacional, especialmente para os fãs do gênero romântico-comediante. Suas histórias, no entanto, seguem vivas nas prateleiras e nas lembranças de milhões de leitores que encontraram consolo, risos e identificação em suas palavras.

Além de escritora, Kinsella era mãe e esposa, conhecida por manter a vida pessoal longe dos holofotes. Mesmo assim, soube transformar sua intimidade em matéria-prima para obras que emocionaram gerações.

Seu último livro, como ela mesma afirmou, é o mais autobiográfico de todos. Nele, ela transforma a dor em beleza e encontra, através da ficção, uma forma de eternizar sua experiência de vida.

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