Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
24 de novembro de 2025 - 15h47
aguas
COSTUMES

Mulheres em MS deixam de adotar sobrenome do marido e criam novo padrão nos casamentos em MS

Só 34,2% das noivas fizeram a mudança no nome em 2024, segundo dados da Arpen; tendência de manter o nome de solteira é recorde

24 novembro 2025 - 15h27Ricardo Eugenio
Noiva assina documentos durante cerimônia de casamento ao ar livre, em imagem que ilustra mudanças nas escolhas sobre adoção de sobrenome em Mato Grosso do Sul.
Noiva assina documentos durante cerimônia de casamento ao ar livre, em imagem que ilustra mudanças nas escolhas sobre adoção de sobrenome em Mato Grosso do Sul. - (Foto: Arquivo / Jornal A Crítica)

Em 2024, o hábito de adotar o sobrenome do marido nos casamentos em Mato Grosso do Sul atingiu seu menor patamar. Só 34,2% das mulheres fizeram essa mudança no registro civil. O dado foi divulgado pela Arpen/MS, associação que reúne os cartórios do estado. O levantamento considera os 303.612 casamentos realizados entre janeiro e outubro.

Canal WhatsApp

Na prática, isso significa que, entre os mais de 300 mil matrimônios registrados, apenas 5.206 mulheres decidiram incluir o sobrenome do cônjuge no nome. Vinte anos atrás, o cenário era outro. Em 2003, 74,7% das noivas mudaram de nome. O número total de casamentos naquele ano foi de 8.793, e 4.987 mulheres seguiram o padrão tradicional. Hoje, mesmo com um número muito maior de uniões, a escolha caiu quase pela metade.

O que esses números mostram é uma mudança de comportamento. O diretor da Arpen/MS, Lucas Zamperlini, explicou que manter o nome original virou uma escolha mais consciente. Segundo ele, casais têm discutido mais sobre identidade, igualdade e independência antes de assinar os papéis.

O Código Civil de 2002 abriu a possibilidade de que homens também adotem o sobrenome da esposa. Mas isso ainda é raro. Em 2024, só 0,49% dos maridos optaram por essa mudança. Foram 146 casos ao todo. Vinte anos atrás, em 2003, apenas 86 homens tinham feito o mesmo.

A opção que mais cresce entre os casais é a de não alterar nenhum nome. Em 2024, 50,4% das uniões seguiram esse caminho. Isso representa 7.686 casamentos em que cada pessoa manteve o próprio nome de solteiro. Em 2003, essa taxa era de apenas 14,5%, com 971 registros no estado.

Outro modelo que vem ganhando força é o da inclusão de sobrenomes por ambos os cônjuges. Em 2003, esse tipo de escolha aparecia em 9,94% das uniões, com 663 casos. Já em 2024, o número chegou a 18,2%, totalizando 2.767 registros.

As mudanças na lei também facilitaram as decisões. A Lei Federal nº 14.382, sancionada em 2022, permite incluir sobrenomes familiares a qualquer tempo, desde que o vínculo seja comprovado. A norma também simplifica as alterações após casamento ou divórcio. Filhos podem atualizar o nome quando os pais mudam o próprio registro.

O que antes era automático, agora virou decisão pessoal. E a decisão mais comum tem sido a de não mudar. Um hábito novo que começa a se firmar em todo o estado, longe do peso dos costumes de outros tempos. Nos cartórios de Mato Grosso do Sul, o nome no papel virou espelho da autonomia.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas