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ROTAS DE INTEGRALÇÃO

Simone Tebet debate rotas de integração sul-americana e o Brasil de longo prazo em palestra na UEMS

De Mato Grosso do Sul ao Pacífico: o plano que promete transformar o comércio brasileiro

18 setembro 2024 - 19h09Ricardo Eugenio
Simone Tebet volta à universidade para falar de infraestrutura e sustentabilidade
Simone Tebet volta à universidade para falar de infraestrutura e sustentabilidade - (Foto: Arquivo)

Na manhã da próxima segunda-feira, 23 de setembro, em Campo Grande, Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento, vai falar sobre algo que, a princípio, pode parecer distante da vida cotidiana: rotas de integração sul-americana. A palestra, promovida pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), carrega o título um tanto ambicioso: "Rotas de Integração Sul-Americana e o Brasil de Longo Prazo". O evento é gratuito, aberto ao público e ocorre às 9h30, no auditório da universidade.

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Mas o que, afinal, são essas rotas? E por que o Brasil deveria se preocupar com elas?

O caminho para o Pacífico (e para o futuro?) - As tais "rotas de integração" são corredores logísticos que pretendem conectar o Brasil aos portos do Pacífico, passando por países como Paraguai e Chile. Em termos mais simples: trata-se de abrir novos caminhos para que a soja, o milho e outras mercadorias brasileiras cheguem mais rápido e barato à China e outros mercados da Ásia. E, no cenário traçado por Tebet, essas rotas representam muito mais do que estradas e pontes. Elas são, em sua visão, um projeto estratégico para colocar o Brasil no centro de uma América do Sul economicamente mais conectada.

Durante a palestra, Tebet vai explicar como o Brasil pode diminuir em até três semanas o tempo que os produtos brasileiros levam para chegar aos portos asiáticos. A aposta dela é que essa economia de tempo – e dinheiro – vai deixar o Brasil mais competitivo no mercado global. "O que era utopia há 30 anos, hoje é realidade", costuma dizer, com seu habitual entusiasmo.

Para quem é de fora do mundo dos transportes, a explicação pode soar um pouco distante. Mas, na prática, significa que os agricultores do Mato Grosso do Sul (e de outras regiões do país) poderão exportar com mais agilidade e lucrar mais, enquanto o governo federal promete que a movimentação vai criar empregos e impulsionar o desenvolvimento econômico das regiões por onde essas rotas passam.

Da universidade ao ministério - O evento na UEMS tem um significado especial para Tebet. Campo Grande é sua cidade natal e foi onde ela deu seus primeiros passos como professora de Direito na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). “Eu sempre me perguntam: ‘quando começou a sua veia política?’ Eu nasci num berço político, mas nunca quis estar na vida pública com mandato eletivo”, costuma lembrar. Sua trajetória política começou nos bastidores, até que ela, relutante, cedeu à pressão familiar e decidiu concorrer a cargos públicos.

Agora, como ministra, Tebet retorna ao ambiente acadêmico não apenas para falar de política e economia, mas também para reforçar seu vínculo com o lugar que a ajudou a moldar seu estilo político e sua capacidade de argumentação. "A universidade me ensinou a trocar ideias, a ouvir e ser mais democrática", diz ela, nostálgica.

Sustentabilidade e desenvolvimento: discurso ou realidade? Além de falar sobre o impacto econômico das rotas, Tebet promete tocar em um tema que tem sido caro ao seu ministério: a sustentabilidade. Segundo ela, a ideia é que o desenvolvimento econômico não aconteça a qualquer custo, mas de forma alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A ministra acredita que as rotas podem ajudar o Brasil a crescer sem comprometer seus recursos naturais, uma promessa que será acompanhada de perto pelos ambientalistas.

A palestra, aberta ao público, tem o potencial de atrair estudantes, professores e cidadãos curiosos sobre como o planejamento de longo prazo pode impactar não apenas a economia, mas também o dia a dia das pessoas. Para Tebet, as rotas são mais do que simples corredores logísticos: são o início de uma mudança profunda na forma como o Brasil se conecta com seus vizinhos sul-americanos e com o mundo.

Se tudo sair como planejado, a integração via rotas bioceânicas vai reduzir distâncias, abrir mercados e criar empregos. Se não, o Brasil continuará debatendo, por mais algumas décadas, por que as coisas sempre demoram tanto a sair do papel.

Serviço

  • Palestra: "Rotas de Integração Sul-Americana e o Brasil de Longo Prazo"
  • Palestrante: Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento do Governo Federal
  • Data: 23 de setembro de 2024
  • Horário: 9h30
  • Local: Auditório da UEMS, Campo Grande
  • Entrada: Livre e aberta ao público

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