
O governo sul-coreano confirmou neste domingo (7) que chegou a um entendimento com os Estados Unidos para liberar seus cidadãos presos durante uma operação migratória em uma fábrica ligada à Hyundai, na Geórgia (EUA). O caso gerou tensão diplomática e envolveu mais de 300 trabalhadores da Coreia do Sul entre os 475 detidos.

O chefe de gabinete presidencial Kang Hoon-sik afirmou que as negociações foram concluídas, restando apenas trâmites administrativos antes da liberação oficial. Segundo ele, a Coreia do Sul já prepara o envio de uma aeronave fretada para repatriar os trabalhadores.
A detenção em massa ocorreu após uma investigação conduzida por meses pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA (Homeland Security Investigations), que apurava suspeitas de contratações irregulares de estrangeiros. A ação foi classificada como a maior já realizada pela agência em um único local.
De acordo com o agente Steven Schrank, responsável pela operação, os trabalhadores estavam em situação migratória irregular. Alguns entraram nos EUA ilegalmente, outros com vistos expirados ou em categorias que não autorizam trabalho. A maioria foi levada para um centro de detenção em Folkston, na Geórgia.
A Hyundai informou, em nota, que nenhum de seus funcionários diretos foi detido na operação. A montadora disse ainda que está revisando os processos de seus fornecedores e subcontratados para garantir conformidade com as leis trabalhistas e migratórias dos Estados Unidos.
A LG Energy Solution, parceira em empreendimentos industriais no estado americano, também se manifestou, afirmando que acompanha de perto o desdobramento do caso.
Até o momento, o Departamento de Justiça dos EUA declarou não ter identificado com clareza quem são os responsáveis pela contratação dos trabalhadores em situação irregular. Documentos judiciais apontam que o nome da empresa ou intermediário envolvido permanece desconhecido pelas autoridades.
Enquanto isso, o governo sul-coreano trabalha para garantir o retorno seguro de seus cidadãos. O episódio reforça o alerta para as condições de contratação de estrangeiros em grandes obras industriais e os riscos associados à terceirização sem controle adequado.
