
O auditório da Escola Sesi de Campo Grande foi o ponto de partida para o Rouanet da Juventude, novo programa do Ministério da Cultura (MinC) que pretende ampliar o acesso à Lei Rouanet nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. A oficina de capacitação, realizada nos dias 20 e 21 de março, é a primeira de uma série que vai percorrer essas regiões com foco em agentes culturais e proponentes que desejam inscrever projetos com recorte voltado à juventude.

Com investimento inicial de R$ 6 milhões, a iniciativa — resultado de uma parceria entre o MinC e a Shell Brasil — busca diversificar o perfil dos proponentes da Lei Rouanet e descentralizar o acesso aos recursos federais, historicamente concentrados nas regiões Sudeste e Sul.
A abertura da oficina contou com a presença de representantes do poder público estadual e municipal. O superintendente regional do Sesi, Régis Borges, ressaltou a importância da articulação entre cultura e desenvolvimento. “A economia criativa pode e deve ser agente de transformação social. Estamos abertos para construir pontes com o município, o estado e o Ministério da Cultura”, afirmou.
Também participaram do evento o diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Eduardo Mendes Pinto, e o secretário-executivo municipal de cultura de Campo Grande, Valdir Gomes.
Os dois dias de atividades contam com a condução de técnicos do próprio Ministério da Cultura: Odecir Luiz Prata, diretor de Fomento Indireto da Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic), e Rômulo Menhô Barbosa, coordenador-geral de Desenvolvimento de Negócios do MinC. A proposta é oferecer uma introdução prática à elaboração de projetos culturais, detalhar como funciona o processo de inscrição na Lei Rouanet e orientar sobre os critérios específicos do programa Rouanet da Juventude.
Ações para além da cultura - O programa Rouanet da Juventude pretende fomentar a produção cultural com foco em jovens, especialmente em regiões com menor histórico de acesso a recursos federais. Além de financiar projetos, o programa quer estimular o fortalecimento de cadeias produtivas culturais, abrangendo áreas como artes cênicas, música, literatura, artes visuais, patrimônio, audiovisual e jogos eletrônicos.
Segundo o edital, os projetos aprovados poderão buscar patrocínio junto à iniciativa privada, com base na renúncia fiscal prevista na Lei Rouanet. O diferencial do programa está na priorização de propostas que promovam inclusão social, diversidade, inovação e impacto socioeconômico em territórios vulneráveis.
Onde saber mais - O ciclo de oficinas será estendido para outras cidades do Centro-Oeste, além de estados do Norte e Nordeste. As datas e locais serão divulgados no site oficial do Ministério da Cultura. Interessados também podem acessar a íntegra do edital e demais orientações sobre o programa no endereço: cultura.gov.br.
Para quem participou da oficina em Campo Grande, a avaliação é positiva. “Essas orientações práticas ajudam muito quem nunca escreveu um projeto. É uma forma de democratizar o acesso aos recursos culturais”, comentou um dos participantes, que trabalha com produção de audiovisual na periferia da cidade.
