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Educação

Será que os pais sabem como aplicar um castigo nos filhos?

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Eles só têm efeito se a criança entender o que está acontecendo e isso requer cuidados especiais e atenção por parte dos responsáveis. Vamos avaliar alguns comportamentos e como lhe dar com eles.

Nas férias todo mundo já sabe. Tem criança em casa e não precisa ser exatamente onde mora, mas pode ser na casa dos avós, das tias e até mesmo dos amiguinhos. Os adultos que estão cuidando de crianças, precisam tomar alguns cuidados para dar continuidade ao desenvolvimento educacional dentro de casa e isso requer alguns cuidados especiais. Entenda agora.


Muitos especialistas em comportamento infantil acreditam que uma boa conversa vale mais do que um castigo

Entre o segundo e o terceiro ano, junto com todas as descobertas da criança que os pais acompanham com or- gulho e entusiasmo, começam também as travessuras e as desobediências aos novos comandos: "não suba a escada, não pule no sofá, cuidado com a mesa, aí não pode mexer..." Ordens que os pais tentam fazer valer lançando mão das armas mais espontâneas: falam e conversam, depois falam mais alto, gritam, ficam histéricos e, para não recorrer às palmadas, acabam apelando para os castigos.

Depois de uma bronca, colocam a criança no quarto "para pensar no que fez de errado". Com algumas, a estratégia parece funcionar, com outras, o efeito é zero - elas parecem até debochar da punição, como acontece na casa da publicitária Elza, mãe de Lia, de 3 anos e meio, e Lara, com pouco mais de 2 anos. "Com a mais velha, o castigo sempre funciona. Ela sai do quarto dizendo que entendeu que esta-va errada.

Mas com a menor, o resultado é absolutamente nada", conta Elza. A caçula Lara costuma enfrentar a ira da mãe quando joga todo o leite da mamadeira no chão, mesmo depois de Elza pedir 300 vezes para parar, ou quando resolve tirar um brinquedo da irmã a qualquer custo, até à castigo, a garotinha sempre descobre algo para brincar ou se distrair no quarto ou escritório onde está reclusa.

"O tempo passa, 2, 3, 5 minutos, e a Lara nem ao menos me chama. Ela parece não tomar conhecimento de que está sendo punida ou de que eu fiquei muito brava. Acabo abrindo a porta, ela sai com a carinha sorridente de sem-pre e o assunto é esquecido", diz Elza, que já desistiu do castigo como forma de tentar ensinar algo a essa filha. "No caso dela, estou aberta a qualquer sugestão que a faça me levar a sério", brinca a mãe.


É preciso fazer com que a criança entenda o porque está de castigo

Anos difíceis A primeira sugestão dos especialistas aos pais é que tentem compreender a fase em que a criança de 2, 3 anos está. Nessa idade, as reações de indiferença à disciplina podem indicar que a criança não entendeu o que está acontecendo. Durante ou após o castigo, ela mantém a mesma atitude não para desafiar os pais, mas porque é o que sabe fazer: se entreter com as coisas ao seu redor, como parte da vontade natural de descobrir e explorar o ambiente.

Mesmo a criança que sai do castigo parecendo assumir os seus "pecados" volta a repetir as malcriações e bagunças pelas quais foi punida. É outra prova de que ela, de fato, ainda não consegue relacionar as broncas com as suas atitudes. Ou, simplesmente, não lembra das ordens que a mamãe já repetiu, como no exemplo de Elza, 300 vezes.

Com paciência Nada disso justifica, no entanto, que essa criança fique à vontade para fazer o que bem entende. Justamente por não entender ainda as relações de causa e efeito e ser movida a uma curiosidade sem fim, os pais precisam determinar regras e repeti-las várias vezes, de maneira muito clara e firme.

O objetivo principal dessa tarefa, reforçam os especialistas, é educar os pequenos para um comportamento saudável e garantir sua segurança, afastando- os dos perigos que ainda ignoram. A ressalva é importante porque muitos pais não se dão conta de que utilizam os castigos ou qualquer outra forma de punição só com o intuito de ter dentro de casa uma criança boazinha.

O resultado é um relacionamento desgastante entre pais e filhos e principalmente enlouquecedor para a criança, porque a forçará, a maior parte do tempo, a ir contra sua própria natureza, agitada e investigadora nessa idade.

Em outras palavras, mesmo que os pais precisem estar sempre colocando a criança nos trilhos, não podem querer controlar totalmente suas ações. É essa percepção de limites, por parte dos pais, que evitará confrontos desnecessários, em situações em que não se pode mesmo vencer os pequenos, com ou sem castigo.


VEJA CINCO PASSOS DE COMO DAR UMA BRONCA FIRME
1- PRIVAÇÃO. A forma mais adequada de castigar é privar a criança de algo prazeroso, como ver um desenho na TV ou fazer o passeio predileto.

2- SEM BRAVATAS. Ela precisa entender, em linguagem clara para a sua idade e sempre em tom sério e firme, por que está merecendo o castigo. Ele deve ser compatível com o deslize cometido. Freqüentemente, pressionados pelo estresse do trabalho, os pais acabam explodindo com a criança por uma razão menor, descarregando nela suas frustrações. E ficar muito bravo, pegar a criança intempestivamente pelo braço e trancá-la no quarto só a amedronta. Dominada pelo medo, a primeira coisa que ela vai esquecer é a razão do castigo.

3- A CONVERSA. A mãe ou o pai devem se sentar com o pequeno e apontar mais uma vez o que ele estava fazendo de errado - arriscando-se a cair, a machucarse, machucar o irmão ou amigo. E, para aprender a não agir mais dessa maneira, por exemplo, ela vai ficar sentada em seu quarto, por alguns minutos, longe das brincadeiras.

4- DE OLHO. O castigo deve ser vigiado, com a mãe ou o pai por perto, ocupados com uma atividade qualquer. Esgotado o tempo, é preciso explicar à criança que o castigo acabou e ela já pode voltar a brincar. Nessa hora, precisa ser advertida: se voltar a cometer a mesma falta, será castigada de novo.

5- O AFETO CONTINUA. É essencial a criança saber que o aborrecimento dos pais foi motivado por uma falta específica e que, em nenhum momento, eles deixaram de amá-la. Nessa idade, o medo do abandono é real e facilmente os pequenos imaginam que a "bronca" é para sempre e os pais não gostam mais deles.

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